Foi na cerimônia de abertura do Salão do Imóvel ADEMI BRB 2025, realizada na manhã desta quinta-feira (20), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, falou de forma mais ampla sobre os rumos da gestão do Banco de Brasília (BRB) após o afastamento do presidente Paulo Henrique Costa, investigado em uma operação da Polícia Federal. Ele confirmou a indicação de Nelson Antônio de Souza, ex-presidente da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste, para assumir o comando da instituição e afirmou que a nomeação busca preservar a estabilidade e a credibilidade do banco.
Paulo Henrique, hoje nos Estados Unidos, deve retornar agora ao Brasil. Segundo o governador, o BRB hoje é o banco que mais financia imóveis no Distrito Federal, superando inclusive a Caixa Econômica Federal, o que lhe foi revelado esta semana numa reunião com o presidente da Caixa, afirmou. Foi nesse encontro, segundo ele, que se definiu o nome de Nelson para substituir o comando do banco.
Ibaneis destacou que o processo já está em andamento. “Ele teve ontem sua indicação votada pelo Conselho de Administração, com fato relevante publicado em toda a imprensa nacional. Na terça-feira deve haver a sabatina na Câmara Legislativa. A gente aguarda também a aprovação e, com certeza, vamos continuar com o BRB forte e crescendo cada vez mais, independente das crises.”
Quem fiscaliza
O governador reforçou que o momento é sensível, mas que as instituições responsáveis conduzirão as investigações. “O restante não é comigo; o restante é com o Banco Central, órgãos de fiscalização, Ministério Público e o Poder Judiciário, que vão dizer quem estava certo e quem estava errado, dando o direito à ampla defesa e ao contraditório a todos, na forma da lei e da Constituição”, declarou.
Ibaneis lembrou que já se vive o período pré-eleitoral, em que qualquer fato político ganha inevitavelmente dimensão muito maior. Nesse sentido, o governador reconheceu que pode ter havido excesso de confiança por parte da administração anterior do banco. “A gente sabe que o momento é difícil. Estamos num momento pré-eleitoral, então tudo o que acontece se transforma em fato eleitoral. Mas temos que superar isso e manter a confiança da população. Este é um governo sério, que pode ter cometido alguns erros, muitas vezes até pelo excesso de confiança.”
Ao mencionar o ex-presidente do BRB, Ibaneis fez questão de destacar o vínculo pessoal. “Eu atribuo essa operação ao excesso de confiança no crescimento do banco. Tenho por ele um carinho enorme, uma confiança enorme. Mas é ele quem vai ter que se explicar às autoridades competentes.”
Sobre o perfil do novo presidente, Ibaneis afirmou que Nelson Souza reúne experiência e equilíbrio para liderar o banco. “É um perfil ponderado, mas de muita sabedoria. Ele foi presidente da Caixa num momento muito importante do Brasil, no pós-Dilma, e manteve o mercado bastante aquecido. Ele tem uma coisa muito boa, que é o bom relacionamento com as equipes que monta. A expectativa é muito positiva.”
O governador afirmou que a operação envolvendo o Banco Master, tema central das investigações, surgiu em tempo diferente. “O que o Paulo me dizia à época é que era uma operação vantajosa para o BRB, porque faria o banco crescer. Essa operação se arrastou por muito tempo, houve degradação do patrimônio do Master e acho que o Paulo pode ter errado na avaliação do risco.”
Apesar do episódio, o governador garantiu a solidez da instituição. “Acredito que a recuperação do banco é imediata. Não há prejuízo para clientes nem investidores. O BRB tem solidez, liquidez e um governo do Distrito Federal que tem patrimônio para garantir qualquer operação. Vamos continuar na linha de frente e trabalhando por essa recuperação.”