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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Dois mil e dezoito e a Panatenaico

Arquivo Geral

22/08/2017 7h00

Atualizada 21/08/2017 22h15

As articulações para as eleições 2018 passam – e dependem dos desdobramentos – pelas investigações em curso no País. A Operação Panatenaico, que apura desvios de recursos na construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, por exemplo, é um dos termômetros para a disputa do ano que vem por aqui. Mesmo com as articulações e o jogo posto agora, é ela que pode dar os rumos da disputa. Ex-governador e arregimentador de votos na capital, José Roberto Arruda (PR) é um dos que podem mudar os cenários postos. Enquanto ele atua apenas nos bastidores das articulações políticas, sua defesa se indigna com o indiciamento dele, que nada teria a ver com os supostos pagamentos de propinas. A licitação para a reconstrução do Mané foi concluída quase seis meses após Arruda deixar o governo.

Nem um real na gestão Arruda

“Nem um real dessa obra foi pago no governo de José Roberto Arruda”, diz o advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defende o ex-governador. “Como ele poderia negociar, se a licitação foi feita em outra gestão?”, reitera. Nos debates e entrevistas dos quais Arruda participou como candidato na eleição passada, ele criticou com veemência os gastos exorbitantes com o estádio. E lembrou, diversas vezes, principalmente ao ex-governador Agnelo Queiroz, que a obra havia sido orçada em R$ 690 milhões, na época, mas passou de R$ 1 bilhão, no fim das contas.

De lá e de cá

Enquanto isso, Jofran Frejat (PR), o nome de Arruda para concorrer no ano que vem, passeia de um lado a outro, para avaliar onde poderá caber melhor. Depois de reiteradas conversas com um grupo de direita – já fechado entre PMDB, PSDB, DEM, PP e PTB -, tem mantido bom diálogo com os que defendem a candidatura de Joe Valle (PDT). Em mais um dia de cortejo, ontem, almoçou com o senador Cristovam Buarque (PPS), um dos que devem fechar com PDT, Rede e PV uma aliança contra as forças de direito e, claro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que, por enquanto, poderia contar apenas com o PSD do deputado federal Rogério Rosso.

Vai depender…

Seria o caminho mais coerente que Frejat, estando no PR, se encaixasse no grupo da direita. Mas a Panatenaico pode mudar o rumo da prosa.

Sem partido e à procura

A ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (sem partido) também tenta se encaixar no grupo da direita, mas estaria à procura de uma promessa de ser vice na chapa a ser formada.

Mais um para a conta

O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), já disse não temer levar a fama de engavetador de pedidos de investigação contra deputados na Casa. Já que não teria, diretamente, responsabilidade sobre todas as decisões. Mas, ontem, foi também para a conta dele o arquivamento do processo de cassação da deputada Sandra Faraj (SD). “As decisões são colegiadas”, defende-se o comandante, ao lembrar que votou pelo prosseguimento das investigações contra os cinco investigados pela Operação Drácon, mas, por maioria, a Mesa Diretora resolveu arquivar. Será que, daqui a uns dias, as pessoas se lembrem quem eram os deputados que formavam o Conselho de Ética no dia 21 de agosto de 2017?

Resguardo tranquilo

Mulher de fé, Sandra Faraj sempre confiou na absolvição e a defesa dela sustentou, desde o começo, que ela seria vítima de armação. Pois bem. Os deputados concordaram que nada há de concreto que justifique a perda de um mandato. E ela, que já se prepara para o parto do primeiro filho, vai ter uma licença maternidade com a tranquilidade que talvez nunca tenha tido desde o início da gravidez.

Decisão sagrada?

Os rumores de que não foi de Deus o aconselhamento para que ela se livrasse logo das investigações são infundados, dizem no Palácio do Buriti. O governador Rodrigo Rollemberg, como sugerem os comentários, nada teria a ver com a decisão dos parlamentares, que acompanharam o relator do caso, Agaciel Maia (PR), líder do governo. “O Legislativo tem a sua autonomia”, diz a Comunicação do Executivo.

Servidor poliglota

Os tão esperados editais para os cargos de consultor legislativo, consultor técnico legislativo e técnico legislativo do concurso da Câmara Legislativa saíram. E, com eles, pelo menos uma notícia que deixou os concurseiros com a pulga atrás da orelha: vai ter prova de espanhol e inglês para o cargo de consultor legislativo.

Vantagem para os brasilienses

O deputado distrital Reginaldo Veras (PDT) aponta ainda que, conforme os textos publicados ontem, o certame vai cobrar conteúdos relativos à “realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride)”. Ele lembra que a Lei n° 5.768/2016, de 11 de janeiro de 2017, de autoria dele, torna obrigatória a cobrança de conteúdos relativos à “realidade do Distrito Federal e do Entorno”. A proposta, ele diz, surgiu porque 40% de quem presta concursos no DF vem de outros estados e de regiões do entorno. “É importante que os aprovados nos concursos do DF conheçam a realidade dos moradores e da cidade para atenderem a população da melhor forma possível”, explica.

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