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Do Alto da Torre
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Do alto da torre entrevista Leandro Grass

Ele quer, por exemplo, implementar o Bilhete Ir e Vir, destinado a quem usa o transporte todos os dias

Eduardo Brito

14/09/2022 5h00

Atualizada 13/09/2022 18h56

Uma revolução no transporte público do Distrito Federal, “a começar pela revisão do modelo de contrato com as empresas de ônibus, que hoje tem um custo alto e sem fiscalização”, é promessa do deputado distrital Leandro Grass, da federação PT-PV-PCdoB, se vencer as eleições para o Palácio do Buriti.

Ele quer, por exemplo, implementar o Bilhete Ir e Vir, destinado a quem usa o transporte todos os dias. A pessoa compra um bilhete por semana ou por mês, paga um valor inferior a duas passagens por dia e usa o sistema quantas vezes quiser.

Ele reconhece que existe rejeição ao PT no Distrito Federal, mas afirma que também há rejeição ao presidente Bolsonaro, e que a manifestação de 7 de setembro não mostra força do bolsonarismo em Brasília. Mesmo assim avisa que seu objetivo é chegar ao segundo turno, até por que sua candidatura, “assim como a de Lula, extrapola o PT”.

1. Como reverter o quadro de forte rejeição do PT no Distrito Federal, tão perto da eleição, principalmente depois da forte manifestação de apoio que, na capital, se viu a Bolsonaro no 7 de setembro?

Há rejeição ao PT no Distrito Federal, sim, como há rejeição a Bolsonaro. É natural que seja assim, em um ambiente político polarizado entre duas forças principais. A manifestação de 7 de setembro não mostra a força do bolsonarismo em Brasília, pois foi organizada por mais de quatro meses e para cá vieram caravanas bolsonaristas de muitas outras cidades, muitos com despesas pagas. E minha candidatura, assim como a de Lula, extrapola o PT, não só porque sou do PV como porque o objetivo é derrotar o bolsonarismo, no plano federal e aqui no DF.

2. Com ou sem rejeição, de que forma pretende conquistar os pontos nas intenções de voto que o colocariam em um segundo turno? Qual a estratégia?

Estratégia de campanha não se revela, mas há aspectos dela que são óbvios. Estamos sentindo grande dificuldade em chegar aos eleitores, a televisão não tem o peso que tinha, tem havido menos debates, as redes sociais têm seus limites e temos poucos recursos para estar nas ruas com o mesmo peso de candidatos do poder econômico, como Ibaneis. Ele tem a seu favor também o uso abusivo do cargo de governador e a desinformação de grande parte da população sobre os desmandos administrativos e financeiros de sua gestão. Nosso objetivo é ir para o segundo turno, quando teremos mais condições para enfrentá-lo em condições menos desiguais.

3. Em quatro em quatro anos candidatos prometem resolver o problema da saúde no DF. Como resolver isso, de forma concreta?

Uma ação concreta que vai distinguir o meu governo do atual é a total transparência com os gastos públicos e o combate firme à corrupção. Nisso já sairemos na frente em todas as áreas, principalmente na saúde, que foi alvo de diversas investigações nos últimos quase quatro anos, inclusive com o secretário preso. Outra grande medida que adotarei vai ser levar a saúde para mais perto das pessoas, tanto com unidades básicas como com a atenção primária, que age na prevenção e evita a sobrecarga dos hospitais.

4. Nos finais de semana é comum ver pessoas esperando por muito tempo por uma condução nos pontos de ônibus. Acredita que vai conseguir impor um transporte decente para a população?

Sem dúvida, faremos uma revolução no transporte público do DF, com dignidade, eficiência e segurança para os passageiros. A começar pela revisão do modelo de contrato com as empresas, que hoje tem um custo alto e sem fiscalização, se a linha não cumpre o horário nada acontece. O governo atual passou mais de R$ 1 bilhão para as empresas de ônibus sem que soubesse qual é o custo da operação. Nós vamos implementar o Bilhete Ir e Vir, que vai prestigiar quem usa o transporte todos os dias. A pessoa compra um bilhete por semana ou por mês, paga um valor inferior a duas passagens por dia e usa o sistema quantas vezes quiser. Além disso, vamos levar o VLT para a Asa Norte a um custo cinco vezes menor que o do metrô e organizar o transporte de comunidade, que leve as pessoas das quadras para a pista principal.

5. A atual administração do Distrito Federal costuma apresentar dados sobre a redução de criminalidade para dizer que melhorou a segurança pública. O que faria para aumentar a segurança?

Segurança Pública não é só uma questão de números e de polícia. Eu vou implementar a cultura de paz, com um trabalho integrado entre todas as áreas do governo, atuando na prevenção, em levar esporte e cultura aos jovens, em melhorar a iluminação das cidades e investir em inteligência e estratégia. Além, claro, de valorizar os profissionais da área, nomear os aprovados em concurso e organizar o plano de carreira dos policiais.

6. Como enfrentar os dois problemas que, com frequência, se costuma atribuir ao ensino público do Distrito Federal, que são os baixos salários dos servidores da Educação, de um lado, e ao absenteísmo dos professores que levaria à falta de continuidade do processo educativo?

É preciso primeiro recompor os quadros nomeando concursados, porque boa parte dos professores na ativa hoje é de temporários. Além disso, uma política de valorização dos profissionais da educação envolve não só o salário, mas também o cuidado com a saúde mental de todos, que passa por dar melhores condições de trabalho, promover projetos pedagógicos que ampliem o envolvimento dos alunos e da comunidade, melhorando todo o ambiente escolar.

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