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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Do alto da torre entrevista Izalci Lucas

O senador também propõe um choque de gestão na Saúde e a contratação de policiais reformados para garantir a segurança nas escolas

Eduardo Brito

15/09/2022 5h00

Atualizada 14/09/2022 23h24

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Uma completa reformulação da segurança pública do Distrito Federal, inclusive com alternância de comando na Secretaria de Segurança, com dois anos para um policial militar e dois anos para um policial civil, sempre de Brasília, é proposta do senador Izalci Lucas, candidato da federação PSDC-Cidadania ao Buriti. Ele assegura que, apesar das estatísticas oficiais em contrário, a criminalidade só tem crescido no Distrito Federal e se compromete a fazer concursos para ampliar os contingentes policiais. O senador também propõe um choque de gestão na Saúde e a contratação de policiais reformados para garantir a segurança nas escolas.

1.   Estar descolado dos nomes que estão nos dois primeiros lugares na campanha presidencial atrapalha sua candidatura ao Buriti? Pretende mudar o curso ainda no primeiro turno ou, se houver, no segundo turno?

Tenho dito que o Brasil está polarizado e isso prejudica muito o processo de campanha eleitoral. Não vejo ninguém discutindo ideias e propostas para o Brasil. Isso é ruim para a eleição, é ruim para a população. Seria importante o país discutir projetos de desenvolvimento econômico, político e social. Tenho ouvido a população e definirei meu rumo em direção aquela candidatura mais afinada com os interesses da população. De qualquer modo, quando for governador terei um relacionamento institucional com o presidente eleito, seja quem for. Brasília está acima de divergências partidárias.

2.      Qual a estratégia para, em menos de três semanas, ganhar os pontos em intenção de voto que possibilitariam sua candidatura chegar ao segundo turno?

Ir às ruas. Estou caminhando pelas cidades e ouvindo a população. A eleição nos permite esse contato mais próximo com o eleitor e nos traz alento porque a gente vê, a gente ouve como a população está sentindo abandonada pelo atual governo. À medida que os dias passam mais pessoas sabem que sou candidato e tenho propostas concretas para governar o DF. Temos também o programa eleitoral que leva nossas propostas à grande maioria da população. Estamos sendo assertivos, mostrando a realidade e ao mesmo tempo apresentando as soluções. Com isso tudo estou convicto de que vamos chegar no segundo turno e ganhar a eleição.

3.      O senador tem criticado bastante a Saúde no Distrito Federal. O atual governo alega grande aumento da demanda nos últimos anos, assim como carência de funcionários especializados. Que medidas concretas tomaria nessas áreas, caso eleito?

Precisamos humanizar o atendimento! Não é possível continuarmos assistindo a essa indiferença do atual governo com a população. As pessoas estão esperando meses para fazer uma cirurgia ou marcar um exame. Pessoas com câncer aguardam o começo tratamento também por meses e alguns até perderam a vida por causa disso. É muita crueldade! É muito descaso com a vida humana. A Saúde precisa ser digital para que a pessoa possa marcar suas consultas e exames sem precisar esperar horas nas filas para fazer isso. Vamos fazer um mutirão de dois meses para acabarmos com as filas de cirurgias, em parceria com a iniciativa privada. Vamos estabelecer rígidos sistemas de controle de medicamentos. Hoje não se sabe qual é o estoque deles e nem onde foram parar. Vamos construir três hospitais em São Sebastião, no Guará e Recanto das Emas. O que a Saúde precisa é de gestão. Temos o maior orçamento proporcionalmente entre as unidades da Federação e um pessoal de altíssimo nível, preparado e qualificado. Ou seja, temos os meios para sermos referência nacional, mas o que nos falta é gestão.

4.      O senador tem encampado, na campanha, queixas da população contra a qualidade do transporte público no Distrito Federal e criticado os elevados subsídios governamentais às empresas de ônibus, sem retorno aparente. O que faria de diferente?

O atual sistema público de transporte coletivo só beneficia aos donos das empresas. Nós precisamos renovar as empresas que prestam o serviço de transporte. Precisamos de empresas que ofereçam um serviço de melhor qualidade para os passageiros. Vamos manter o repasse para as empresas que tiverem executando bem o serviço. Eles receberam no ano passado cerca de R$ 1 bilhão! Uma fortuna para a péssima qualidade do serviço. A população sofre diariamente com a péssima qualidade dos ônibus, o atraso nos horários, a passagem cara e o tempo perdido nas paradas de ônibus. Vamos fazer uma nova licitação, ouvindo os usuários, para mudar as empresas que estão há mais de trinta anos. Vamos exigir o controle de viagens, o cumprimento dos horários e regras que beneficiem o usuário e não as empresas. Mas a nossa proposta mais importante no nosso programa de governo é a adoção imediata da Tarifa Zero no horário das 10h às 17h para permitir que os desempregados possam circular em busca de um trabalho fixo. Esta é uma medida adotada em outras cidades, como São Paulo. Acontece que esse apoio evita que as passagens custem o dobro do que deveriam pelo custo do serviço. Além disso, vamos ampliar o serviço de Metrô e VLT, sobretudo beneficiando a população da região Norte do Distrito Federal.*

5.      O atual governo tem insistido em estatísticas de segurança, para dizer que os índices de criminalidade baixaram na capital. O que o senador pensa disso e como faria para obter resultados positivos?

Essas estatísticas oficiais são para inglês ver. A criminalidade só faz crescer em Brasília. É só ver o noticiário. Crimes violentos em circunstâncias que poderiam ser evitados com um policiamento ostensivo maior, se fosse usada a tecnologia e houvesse integração entre as forças de segurança. Há também uma forte incidência de crimes de violência contra as mulheres. No meu governo vou focar no combate a esse tipo de crime. Também vamos inovar na gestão da segurança pública do DF. O comando da secretaria obedecerá a um revezamento previamente acertado: dois anos para um policial militar e dois anos para um policial civil. Não irei buscar fora um nome para comandar a secretaria de segurança. Vou nomear alguém da casa. Vamos valorizar os policiais civil, militar e integrantes do corpo de bombeiros. Estamos com uma enorme defasagem de pessoal e gradativamente vamos colocar o contingente das três forças no patamar adequado. Vamos fazer concursos públicos. Faremos um tratamento isonômico quando dermos os reajustes salariais para os integrantes desvires forças.

6.      Como enfrentar a insegurança nas escolas e a violência nas salas de aula, o que inclui casos de agressões a professores, a funcionários e entre alunos?  E o que fazer diante das críticas à qualidade do ensino e a reiteradas denúncias de elevado absenteísmo entre professores?

Para melhorar a segurança nas escolas vou contratar policiais militares reformados para fazer a segurança das instituições de ensino público do DF. A questão da segurança nas escolas não envolve apenas a questão policial propriamente dita. O governo precisa ter políticas públicas com ações que promovam o bem-estar e a autoestima dos jovens, a criação de opções de lazer, de esporte e entretenimento. Como dizia minha mãe, “cabeça vazia é oficina do diabo”. O jovem precisa ter atividades, movimentar o corpo e a mente para se desenvolver. Vamos oferecer também oportunidades em escolas técnicas profissionalizantes. Enfim, meu governo estará com os olhos voltados para os estudantes, sua segurança e qualidade de vida. Em relação a qualidade do ensino, a pandemia deixou um triste legado na educação. Hoje temos crianças que estão no quinto ano e não sabem escrever. Faremos uma ação emergencial para recuperarmos o tempo perdido, envolvendo professores, alunos e pais de alunos.

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