O ex-ministro José Dirceu pode até ter desistido de ser candidato a deputado pelo Distrito Federal, mas passou a ter participação cada vez mais ativa na vida política brasiliense. Estava nesta terça-feira, 18, entre os organizadores de homenagem ao ex-presidente José Sarney, por ocasião do 40º aniversário da redemocratização.

Ganhou até uma menção do ex-presidente no discurso que fez. Mais importante, Dirceu circulou ativamente entre os senadores, trocando informações sobre as próximas eleições.
Conversou longamente, por exemplo, com o amazonense Omar Aziz, do PSD, cotado para ser o candidato de Lula ao governo de seu estado.

Conversou muito com os membros da família Goulart e sentou-se ao lado do filho, Zeca, que é deputado federal.
Difícil foi só livrar-se do senador Randolfe Rodrigues, que não o largava um só minuto.

Polícia mal paga

O senador brasiliense Izalci Lucas, do PL, assegurou nesta terça-feira que a falta de autonomia tem levado à redução do efetivo das forças policiais.
“Para quem não sabe, estamos pagando um dos piores salários do Brasil para nossa segurança pública. Todos acham que o DF é quem paga melhor, mas não é. Nós temos patentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros que estão em 17º lugar no ranking salarial”.
Como única alternativa para isso, Izalci defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 1/2025, de sua autoria, que determina que o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) seja corrigido anualmente pela variação da RCL (receita corrente líquida) da União. A proposta também explicita que o financiamento da segurança pública do Distrito Federal cabe à União.
Izalci argumenta que, hoje, para realizar concursos públicos ou conceder reajustes salariais aos servidores da segurança pública, o governo do Distrito Federal depende de aprovação do governo federal e do Congresso Nacional, uma vez que é preciso alterar a lei orçamentária federal. Para Izalci, a exigência gera entraves e prejudica a administração local. E
le destacou que o Fundo Constitucional já possui previsão orçamentária, mas ainda assim o governo distrital precisa da autorização federal para utilizá-lo integralmente. O senador alertou para as consequências dessa limitação na segurança pública do DF.
Izalci lembrou que, desde a Constituição de 1988, o Distrito Federal enfrenta dificuldades para gerir seus próprios recursos e reforçou o pedido de apoio à proposta, que será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), destacando que a aprovação da PEC dará segurança jurídica e autonomia para o DF gerenciar suas áreas essenciais.