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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Combate às invasões

Agora, raciocinou, será possível eliminar as invasões, fazendo tudo dentro da legalidade: tanto regularizar como criar bairros que permitam o desenvolvimento da cidade

Eduardo Brito

29/04/2022 5h00

Foto: Renato Alves / Agência Brasília

Só para não perder o hábito, o governador Ibaneis Rocha aproveitou a sanção da Lei de Uso e Ocupação do Solo, a Luos, para dar cutucões nos antecessores. Lembrou que, ao assumir, havia intensas reclamações relativas a centenas, senão milhares, de alvarás retidas, o que impedia o empresariado de avançar. Só após a posse a situação foi regularizada. Disse também que nos governos anteriores os empresários nem eram recebidos e, quando eram, não conseguiam resultados. Para ele, a Luos significa quebrar a lógica das invasões – o pessoal invade e depois o governo precisa organizar a regularização, em geral com alto custo urbano – e assim dar segurança jurídica. Agora, raciocinou, será possível eliminar as invasões, fazendo tudo dentro da legalidade: tanto regularizar como criar bairros que permitam o desenvolvimento da cidade.

Revertério na indicação de Silveira

Foi tão grande a gritaria por conta da indicação do deputado Daniel Silveira para a estratégica Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, bem ele que foi condenado a oito anos de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal e indultado pelo presidente Jair Bolsonaro, que houve o devido revertério. Deputados avisaram ao Supremo que a indicação não será cumprida. Mesmo assim, Silveira ficará nas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, de Esporte e de Cultura. Acham que sua presença nessas três não será tão ofensiva ao Judiciário.

Turbinada

A deputada brasiliense Bia Kicis esteve no Palácio do Planalto para um evento que reuniu, segundo ela, “a bancada de segurança pública, a bancada evangélica e outros parlamentares para apoiar a liberdade de expressão, e apoiar o presidente na sua atitude corajosa e justa de conceder o indulto a Daniel Silveira”. Lá, deu até jeitinho de posar com Bolsonaro. Saiu de lá turbinada e subiu à tribuna para fazer uma série de definições polêmicas. Afirmou, por exemplo, que existe hoje cerceamento à liberdade de expressão, pois “ninguém pode ser tolhido em utilizar as redes sociais e conceder entrevistas, principalmente os parlamentares”. Existe reconhecimento nacional e internacional a respeito dos limites à liberdade de expressão, que não pode chegar, por exemplo, a pontos como a defesa de crimes, a pregação de violência, defesa do genocídio e por aí vai.

Castigo para o Supremo

Bia Kicis pediu ainda castigo aos ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com ela, são “pessoas que teriam que ser isentas, mas estão fazendo política e sujando o nome do Brasil lá fora, fazendo política contra o Brasil, fora do Brasil e aqui dentro, o que é inaceitável; por isso, é hora de este Congresso se levantar e dar um basta a tanta ilegalidade e abuso de poder”.

Até no Distrito Federal

A propósito, o indulto ao bolsonarista Daniel Silveira, após condenação pelo Supremo Tribunal Federal, tem mais voltinhas pela política do Distrito Federal. Quando se votou na Câmara dos Deputados a prisão de Daniel Silveira, a direção nacional do Cidadania orientou a bancada para votar a favor. Só dois deputados desobedeceram: Da Vitória, que já se mudou para o PP, e a brasiliense Paula Belmonte, que estudou a saída do partido, mas acabou não só ficando como assumindo sua presidência regional.

Batendo na trave

Candidatos que estão sempre batendo na trave disputarão mais uma vez as eleições deste ano no Distrito Federal. O médico Gutemberg Fialho, presidente do sindicato da categoria, reuniu em duas eleições seguidas para distrital votações que, individualmente, bastariam para elegê-lo. Perdeu no partido. Agora trocou o PL, já congestionado, pelo Podemos. O professor Pacco está na mesma situação. Em 2018 tentou vaga de deputado federal e conseguiu 40 mil votos, ficando entre os oito mais votados. O partido não alcançou o quociente e Celina Leão ficou com a vaga. Desta vez, Pacco concorre pelo endinheirado União Brasil.

Pelas mãos de Reguffe

Também concorrerá a deputado federal, levado pessoalmente pelo senador José Antônio Reguffe ao União Brasil, o servidor público Daniel Radar, que ficou em 20º lugar na corrida por uma das 24 vagas da Câmara Legislativa. Forte em Santa Maria, ele concorreu pelo Cidadania, então PPS, que também ficou abaixo do quociente. Por fim, o Guarda Jânio, três vezes primeiro suplente de distrital, pelo jeito não gostou da sua passagem relâmpago pela Câmara Legislativa, quando conseguiu inédita substituição do titular. Tentará eleger-se federal.

Tentativa de desencantar

Desses candidatos crônicos, que disputam cada eleição sem conseguir o mandato, o ex-diretor do Procon Todi Moreno tentará mais uma vez a Câmara Legislativa, desta vez pelo Republicanos. Da última, concorreu a deputado federal pelo PTB, mas foi impugnado e ficou em torno dos 5 mil votos. Foi a mesma votação de 2014, dessa vez para distrital. Agora, vai colar sua imagem à da ex-ministra Damares Alves, lançada candidata ao Senado pelo partido. Os dois aparecem juntos no maior número possível de eventos, inclusive fazendo coreografias. Todi já agregou à sua bandeira tradicional, a defesa do consumidor, a pauta de costumes de Damares como a retórica anti-aborto, anti-pedofilia e anti-ideologia de gênero.

Nada de nepotismo

O PT estruturou, mesmo enfrentando problemas internos, um discurso de combate ao nepotismo. No Ceará, em dois governos petistas de Camilo Santana, o princípio foi mantido no primeiro escalão. Mas Camilo Santana afastou-se no dia 2 deste mês para disputar uma cadeira de senador, com apoio do PDT de Ciro Gomes, majoritário no estado. A vaga de governador ficou com a vice Izolda Cela, pedetista. Uma das primeiras decisões de Izolda foi a nomeação de Onélia Santana, que acaba de tomar possecomo secretária de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos do Ceará. O PT aplaudiu a escolha, por garantir políticas sociais em curso no Estado, como uma das meninas dos olhos do partido, o Programa Mais Infância. Onélia Santana vem a ser a mulher de Camilo Santana.

Câmara bloqueada

Até a noite desta quinta-feira, 28, a Câmara Legislativa não havia conseguido desbloquear sua conta do Twitter, hackeada na véspera. Os invasores trocaram o nome da conta para Elon Musk, embora poupassem o registro CLDF Notícias. A foto também foi trocada, aparecendo lá o novo controlador da rede. A partir daí, o hacker postou diversos linksm frases sem nexo e tweets, a maioria com a palavra inglesa “awesome”, que significa “espantoso”, usada tanto em sentido negativo, como assustador, quanto positivo, ou seja, “impactante”. Notificado, o próprio Twitter bloqueou a conta, que assim permaneceu.

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