Ao contrário das demais casas políticas, a Câmara dos Deputados uma vez ou outra assiste a cenas de pugilato. Um dos personagens da mais recente delas, o deputado Glauber Braga, do PSOL, foi à tribuna nesta quarta-feira para avisar que, se avançar a tentativa de cassar seu mandato, já está com a faca nos dentes.
É que o relator do processo contra ele no Conselho de Ética apresentou o seu voto, fazendo a solicitação de cassação do mandato. Agora vai ser apreciado na próxima semana no Conselho e, depois, irá ao Plenário da Câmara.
Logo antes, o deputado Chico Alencar, também do PSOL, revelou que havia lido o parecer no processo aberto contra Glauber Braga por um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) após uma cena de pugilato.

Segundo Alencar, “na representação contra aquele moleque do MBL, que acossa todo mundo, em qualquer lugar, lá no Rio de Janeiro, para provocar, sob a capa de jornalismo, para fazer os tais cortes e likes, apenas 12 dos 58 parágrafos do mérito, que redundam no voto de cassação, são relativos ao fato”.
Aí Glauber partiu para nova cena. Avisou “que eu não dou um passo atrás em nenhuma das minhas posições. Se o Relator pensou, nesse relatório comprado por Arthur Lira, que eu ia beijar a mão dele ou ia beijar a mão de Arthur Lira, ele está muito enganado. Não vou beijar a mão de Arthur Lira, e não vou deixar de fazer as denúncias desse relatório comprado pelo orçamento secreto. Estou com a faca nos dentes, estou com a machadinha entre os dentes e podem ter certeza vai ter briga, vai ter luta. Não vou fazer com que um Relator, repito, com o relatório comprado, tente me intimidar. Que venha a votação ao Plenário da Câmara dos Deputados. Vou até os 48 minutos do segundo tempo, dialogando com as pessoas que confiam em mim, que confiam no nosso trabalho”.

O relator, o deputado baiano Paulo Magalhães, evitou entrar na briga.