A candidata a deputada federal Abadia (PSB) relata ter conhecido Joaquim Roriz em 1988, quando ele foi indicado pelo então presidente José Sarney para ser governador do DF e ela era deputada constituinte. “Ele me convidou para ser vice dele na eleição de 1990, mas eu queria participar da composição da Lei Orgânica, então foi a Márcia (Kubitschek)”, relembra. Abadia exalta o fato de Roriz ter colocado mulheres como ela com posições de protagonismo na vida política da capital.
Autonomia
Ela finalmente aceitou ser vice de Roriz na eleição de 2002. “Fiquei quatro anos com ele e me foi dada toda a área de desenvolvimento social para cuidar, o que me fortaleceu”, reverencia. Em 2006, quando Joaquim se afastou do cargo para fazer campanha para o Senado, Abadia se tornou a primeira mulher a governar o DF na história.
Prole
A primeira geração que Roriz ofereceu para a política foi toda de mulheres, com duas de suas três filhas, Liliane e Jaqueline, assumindo cargos de deputada distrital e deputada federal, respectivamente, em 2010 e 2014. Sua esposa, Weslian Roriz (PMN), substituiu Joaquim no pleito de 2010, quando ele foi considerado inelegível, e perdeu a disputa para Agnelo (PT). Atualmente, ela é suplente do candidato a senador Juiz Everardo (PMN), pertencente à chapa de Eliana Pedrosa (Pros).
Mãozinha de pântano
Apesar da força política que sempre teve, Roriz nunca conseguiu eleger um nome ao governo indicado por ele. Em 1994, ele chancelou a candidatura de Valmir Campelo, derrotado por Cristovam Buarque no segundo turno. Seu grande projeto para aquele ano era a eleição de Arruda ao Senado, e isso ele conseguiu. Em 2006, sua sucessora indicada era Abadia, mas ela foi derrotada por seu antigo aliado, Arruda, agora uma força independente. Com projeto próprio para o Senado, porém, Roriz se concentrou mais em si próprio.
Pra valer
Em 2010 foi a única campanha que ele se esforçou de corpo e alma na tentativa de eleger alguém, no caso, sua esposa Weslian Roriz. À época, ele havia saído brigado do PMDB após desavenças com Tadeu Filippelli e se filiou ao PSC. Foi considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado ao Senado em 2007 para evitar uma cassação no caso do escândalo da Bezerra de Ouro. Weslian teve desempenho ruim nos debates, mas chegou ao segundo turno antes de ser derrotada.
Pano pra manga
O debate promovido pelo Jornal de Brasília, em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA), na última quarta-feira (26), ainda rende análises. Vários detalhes revelaram mais sobre a postura dos candidatos do que seus discursos treinados. A professora Fátima Sousa (PSOL), por exemplo, planejou questionamentos espinhosos para todos os oito concorrentes e, bem ao estilo acadêmico, usou marcadores coloridos para facilitar a localização de cada pergunta. Organização é tudo na vida.
Afeto
Depois de semanas trocando farpas entre si, climas amistosos foram notados entre dois pares de candidatos. Em dado momento, Fraga (DEM) e Eliana Pedrosa (PROS) seguraram as mãos. Pudera! Ambos afirmam serem vítimas de perseguição política. Fraga foi condenado em primeira instância por recebimento de propina no período em que foi secretário de Transportes de Arruda, enquanto Eliana foi denunciada pelo Ministério Público do Rio por participação em cartel de empresas para fraudar concorrências a favor da gestão do ex-governador Sérgio Cabral.