Diante da crise no setor turístico deflagrada pela operadora Viagens Promo, a Câmara Legislativa do Distrito Federal promoveu audiência pública para discutir soluções para o problema. A iniciativa foi do deputado Thiago Manzoni, jogando junto com a Associação Brasileira de Agências de Turismo do DF (Abav-DF).
A Viagens Promo, responsável pela intermediação de passagens e hospedagens, atende mais de 10 mil agências no país. A crise começou em fevereiro com atrasos em pagamentos e, em março, resultou em cancelamentos de contratos e suspensão de reservas. Estima-se que mais de 5 mil agências foram afetadas.
Relatos apontam que muitas empresas precisaram recorrer a empréstimos ou vender bens pessoais para arcar com prejuízos. O deputado Manzoni propôs criação de linha de crédito com juros reduzidos e negociações com entidades como Embratur e Banco Central. Também sugeriu tratativas com a Abih para garantir pagamentos imediatos a hotéis e defendeu reverter o veto a projeto que limita a responsabilidade solidária das agências.
O advogado Rafael Gonçalves, representante da Saliba Viagens, denunciou possível esvaziamento patrimonial da operadora, com uso de offshores. Já a Abav-DF cobrou mais transparência e isenção da responsabilidade total das agências nos casos em que a culpa for exclusiva das operadoras. Outros agentes relataram prejuízos que chegam a R$ 230 mil por agência. A estimativa é que a crise possa gerar um rombo de até R$ 1,5 bilhão.