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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Buriti negocia, mas após cumprimento de ordem judicial

Foi dito a eles que o GDF está pronto para retomar as conversas assim que o movimento grevista acabar; não antes

Eduardo Brito

08/05/2023 18h46

Foto: AFP

O governo Ibaneis Rocha admite negociar com o sindicato dos professores em greve, mas impõe uma condição: está esperando que obedeçam a ordem judicial, nada mais.

O distrital petista Chico Vigilante e a vice-presidente regional do PT, Rosilene Correa, estiveram nesta segunda-feira, 8, no Palácio do Buriti com os secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha, e do Planejamento, Ney Ferraz, para conversar sobre a greve.

Foi dito a eles que o GDF está pronto para retomar as conversas assim que o movimento grevista acabar; não antes. Antes da reunião, Chico Vigilante publicou vídeo reclamando que o GDF entrou na Justiça contra trabalhadores e que o direito de greve é constitucional.

Já foi lembrado de que os governos do PT fizeram o mesmo. O apoio do PT à manutenção da greve mostra a motivação política do movimento. Para o Buriti, escudado na decisão do Tribunal de Justiça que considerou ilegal a greve e impôs multa diária à direção do sindicato, o tempo ajuda.

A opinião pública não costuma favorecer greves de professores – elas criam para as famílias o problema de onde deixarem os filhos, sem falar no prejuízo do rendimento escolar – e o tempo, portanto, corre contra o movimento.

Apoio formal do PT politiza de vez a greve

Embora outras correntes de esquerda como o PCO e o PSTU já estivessem participando da greve, o apoio formal dado a ela pelo PT brasiliense nesta segunda-feira, 8, deu contornos político-partidários definitivos ao confronto.

Em nota oficial, o comando petista garantiu que “apoia a decisão dos professores e repudia o descaso com a educação pública”.

A porta-voz foi Rosilene Corrêa, vice-presidente regional do partido e candidata derrotada ao Senado no ano passado, que também integra a direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

Rosilene afirmou que “não é o GDF e nem a Justiça que irão decidir a hora de acabar com a paralisação”. Na nota oficial do partido, Rosilene garantiu que “nós estamos juntos, juntas e juntes nessa luta”.

Disse ainda que “não é a primeira vez que o governo recorre a Justiça e que a Justiça é contra os trabalhadores e, nesse caso, contra a educação pública, e também não é a primeira vez que a categoria se manterá firme”.

Ela termina com uma declaração meio polêmica: “não tenho dúvida que a população está apoiando a nossa luta”.

E a CUT também

Em apoio aos professores da rede pública, a CUT-DF fará nesta terça-feira, 9, uma plenária de solidariedade à greve do Sindicato dos Professores do Distrito Federal. Será no Auditório Adelino Cassis, na sede da CUT-DF, a partir das 9h.

Quem terá a palavra é a Diretoria do Sinpro, para dar sua visão sobre o processo que levou à greve e quais as reivindicações da categoria.

Na Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa, distritais do PT e PSB apresentaram moção de solidariedade aos professores, afirmando que seus salários estão defasados, sem reajustes há tempo e abaixo do piso nacional.

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