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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Acordo em fase de costura

A esta altura, quaisquer que sejam os objetivos de Damares, sua estratégia é vista como um esquema de perde-perde

Eduardo Brito

03/05/2022 18h40

Foto: Pedro França/ Agência Senado

Candidata a governadora pelo PDT, a senadora brasiliense Leila Barros reuniu-se nesta terça-feira, 3, com o PSB. Estavam lá o ex-secretário Rafael Parente, apontado pelo partido para disputar o Buriti, e o deputado federal Israel Batista, recém-filiado ao partido e dono da casa. Uma coligação entre as duas legendas já era defendida pelo presidente regional do PDT, Georges Michel. Depois do encontro, ocorrido na casa de Israel, Leila disse que todos combinaram começar “um trabalho conjunto de mobilização que certamente levará a uma próspera união no futuro”. Essa aproximação segue sinais emitidos pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg, afastado de Leila desde a campanha eleitoral passada e principalmente depois que Leila trocou o PSB pelo Cidadania.

Estratégia do perde-perde

O lançamento de eventual candidatura majoritária da ex-ministra Damares Alves pelo Republicanos do Distrito Federal ocupa muito espaço na mídia, mas não desperta maior atenção nos campos já estruturados para a eleição deste ano. A esta altura, quaisquer que sejam os objetivos de Damares, sua estratégia é vista como um esquema de perde-perde. Se a ex-ministra da Mulher mantiver sua candidatura avulsa ao Senado contra a também ex-ministra Flávia Arruda, hoje integrada à chapa do governador Ibaneis Rocha, Damares perde. Se ela nutre ambições mais ousadas, como deslocar Flávia para uma candidatura ao Buriti e dobradinha com ela, as duas correm altíssimo risco de perder. Não é por acaso que Flávia Arruda vem ignorando solenemente a ofensiva de Damares. Existem pesquisas, ainda que não registradas, mostrando todo esse quadro. E uma outra pesquisa, essa registrada, confirmará os números.

PT tenta composição

O Grupo de Trabalho Eleitoral do PT, em reunião com o diretório regional do Distrito Federal, decidiu não fazer a indicação de cima para baixo que se imaginava. O coordenador geral do grupo, o deputado cearense José Guimarães, resumiu: deve-se “dialogar internamente, no decorrer da semana, com os outros partidos que compõem a federação, PV e PCdoB, a fim de construir uma unidade para a corrida eleitoral no DF”. E o mais importante, reiterou que a campanha de Lula é central e prioritária para a disputa que se aproxima.

Centralização

Na prática, a decisão do comando petista parte de uma norma já fixada, mas que fica ainda mais ostensiva: a direção nacional centralizará todos os processos de escolhas de candidatura. No caso do Distrito Federal, o PV insiste em Leandro Grass e, no PT, Geraldo Magela e Rosilene Corrêa estão colocados. Nos termos colocados nesta terça-feira, o candidato pode ser do PT, do PV ou mesmo do PSB coligado – tem o vice Geraldo Alckmin, quem se lembra. Mas, para o PT, disputar a indicação ao Buriti será necessário construir a sua unidade. Sem isso, nada feito.

Revelação

Em um momento da reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral com o diretório regional, perguntaram ao coordenador José Guimarães se o ex-presidente Lula havia dito a ele que a opção petista no Distrito Federal deveria ser o ex-deputado Geraldo Magela. Guimarães confirmou.

Mudança de postura

Só para não perder o hábito, o governador Ibaneis Rocha aproveitou o pagamento da terceira parcela do reajuste dos servidores públicos para alfinetar os antecessores. Lembrou que essa parcela ficou em atraso por sete anos, até ser paga nesta terça, 3. “O pagamento é referente ao salário de abril e cerca de 150 mil servidores públicos serão beneficiados com a medida” lembrou. A mais ácida, porém, foi a referência à postura dos governadores anteriores frente ao funcionalismo. “Diferente de gestões passadas, que chegaram a entrar na justiça para não pagar a última parcela do reajuste, em meu mandato assumi essa responsabilidade e estou hoje cumprindo com ela”, cutucou Ibaneis.

Advogados dativos

O governador Ibaneis Rocha anunciou, também nesta terça-feira, 3, o envio de projeto de lei à Câmara Legislativa para estabelecer a advocacia dativa no Distrito Federal. Pela proposta, advogados não vinculados à Defensoria Pública poderão atuar gratuitamente em casos por indicação da Justiça, com custos cobertos pelo governo.

Sétimo mandato

Mais antigo detentor de mandato eletivo no Distrito Federal, o distrital Chico Vigilante lançará sua nova pré-campanha na noite de quinta-feira, 5, no auditório da CNTI. Promete uma campanha com “muito trabalho, organização e um projeto transformador”. Chico Vigilante já exerceu dois mandatos como deputado federal, mas não conseguiu reeleger-se em 2006 e voltou à Câmara Legislativa em 2010. Como deputado, está no seu sexto mandato, tendo sido dois como deputado federal e quatro como distrital. Agora é candidato ao seu sétimo mandato como parlamentar, sendo quinto como distrital.

A CPI de Bia

Bolsonarista de carteirinha, a deputada Bia Kicis está desde o domingo passado colecionando fotos sobre os comícios de Lula e Bolsonaro no Dia do Trabalho. Os ângulos são escolhidos a dedo: os atos petistas são mostrados de longe, mostrando que falta gente, enquanto os bolsonaristas ocupam toda a imagem. Bia Kicis gostou especialmente de uma imagem em que ela aparece falando, do alto de um carro de som, para o que chama de “exército verde e amarelo” na Esplanada. Só que tudo isso não é mero esforço publicitário. Bia usa as fotos para defender a criação de uma comissão parlamentar de inquérito que investigue os institutos de pesquisa. Ela não se conforma com a vantagem de Lula em algumas pesquisas, quando suas fotos mostram que o rival consegue aglomerações maiores.

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