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Esplanada
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Novos consórcios do Poder

Leandro Mazzini

01/11/2022 9h15

Foto: Reprodução/Agência Câmara

O Brasil assistirá a uma nova leva de partidos que querem se unir para colar no presidente eleito e assaltar o governo sem constrangimentos, como em outras gestões. Descerrada a cortina dos bastidores, muda-se a roupagem nas cores e siglas, e surgem velhos conhecidos. Os dirigentes do PROS e do Solidariedade negociam a fusão, e houve primeira reunião há duas semanas em São Paulo. Paulinho da Força se sobrepõe à mesa como o futuro presidente. Não satisfeitos com a potência que se tornou o União Brasil, Luciano Bivar (ex-PSL) e ACM Neto (ex-DEM) avançam nas tratativas com o Progressistas para criarem o maior partido do Brasil. O antigo PP é capitaneado por Ciro Nogueira, hoje chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), e tem Arthur Lira, presidente da Câmara que almeja a  reeleição um timoneiro nas negociações. A futura sigla desta nova fusão será governista. E o MDB, com fundos garantidos, é o de sempre: também estará na Esplanada.

Canetadas judiciais

É preciso falar da atuação de ministros do STF. Luís Roberto Barroso retirou a PF das zonas eleitorais (ordem de ficar a 100 m das urnas), e isso prejudicou abordagem de flagrantes de boca de urna. Depois liberou o transporte gratuito na eleição, e abriu brecha para políticos (petistas e bolsonaristas) pagarem condução ilegal de eleitores. Ao proibir a atuação da Polícia Rodoviária Federal contra as supostas conduções ilegais, o ministro Alexandre de Moraes jogou os agentes no fogo da suspeita de que atuaram como bolsonaristas na estrada. Uma confusão das canetadas judiciais.

As 180 estaduais

Uma radiografia por gênero das Assembleias Legislativas: Foram eleitos 1.029 deputados estaduais – somente 180 são mulheres. Os Estados que mais elegeram homens para as Assembleias são São Paulo (69), Minas Gerais (62) e, empatados com 55 parlamentares, Bahia e Rio de Janeiro. São Paulo (25) é o que terá maior representação feminina na ALESP, seguido por Minas e Rio de Janeiro com 15, cada. Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (2), Acre (3), Santa Catarina (3) e Tocantins (3) são os que menos elegeram deputadas estaduais.

Jogos à mesa

O presidente Bolsonaro já deu aval aos governistas para tocarem a pauta dos jogos de azar no Senado, onde avança PL já aprovado na Câmara, que libera bingos, cassinos e afins. E por que segurou? Medo da reação dos evangélicos na eleição. A regulamentação das apostas esportivas online, por exemplo, não saiu por articulação do deputado Marco Feliciano (PL-SP), que capitaneou esse bloqueio para que o chefe não perdesse votos. O esboço da regulamentação está pronto na subchefia da Casa Civil.

Energia chinesa

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O Brasil abre as comportas para o governo da China no setor. A ANEEL acaba de renovar até 2047 as licenças das UHEs Jupiá (MS) e Ilha Solteira (maior do Estado de SP), propriedades da China Three Gorges Corporation (CTG), dona da maior hidrelétrica do mundo na Ásia. Os chineses chegaram ao setor no Brasil em 2013 e hoje só perdem para Itaipu na capacidade de geração: A CTG gera 8,3 GW em 17 hidrelétricas e 11 parques eólicos no Brasil, ante 14 GW da binacional.

Desafio dos lixões

A ONU comemora hoje o Dia Mundial das Cidades. Estudo da organização International Solid Waste Association aponta que o mundo vai gerar 3,4 bilhões de toneladas de resíduos por ano até 2050, um aumento de 70%. Esse assunto é uma ferida literalmente aberta no Brasil, onde centenas de cidades ainda expõem seus lixões nas periferias, em lugar de aterros sanitários conforme determinou a lei de resíduos sólidos. O Programa Nacional Lixão Zero registra 809 lixões a céu aberto fechados mas ainda existem 2,4 mil espalhados pelo País, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

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