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Cinema com ela
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“Pobres Criaturas” explora a emancipação feminina em comédia extremamente brilhante e bizarra

Com direção de Yorgos Lanthimos e protagonizado por Emma Stone; longa chega aos cinemas nesta quinta-feira (1)

Tamires Rodrigues

01/02/2024 7h00

Emma Stone leva sua carreira para o próximo nível, vivendo Bella Baxter no novo filme de Yorgos Lanthimos, “Pobres Criaturas”. — Foto: Divulgação/20th Century Studios

Os filmes Yorgos Lanthimos não são para todos, não mesmo! O cineasta que ficou conhecido por “Dente Canino” (2009), mostra uma visão negativa sobre a humanidade com ideias excêntricas com uma fórmula que não agrada a todos os cinéfilos, mas longe de mostrar o mínimo de mediocridade.

Lanthimos transborda inovação com uma criatividade invejável em todos os aspectos em um cinema barroco que ele mesmo criou, nesta quinta-feira (1), estreia seu novo longa, “Pobres Criaturas”, o filme é adaptado do romance homônimo de Alasdair Gray de 1992, uma versão subversiva do clássico “Frankenstein” de Mary Shelley. Lanthimos retrata a imperfeição e o aprendizado humano ao lado de Emma Stone que leva sua carreira para o próximo nível, interpretando Bella Baxter e a sua emancipação feminina.

Foto: Divulgação/20th Century Studios

A história se passa na Era Vitoriana e acompanha Bella Baxter (interpretada por Stone), trazida de volta à vida após seu cérebro ser substituído pelo do filho que ainda não nasceu. O experimento é realizado pelo doutor Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cientista brilhante, porém nada ortodoxo. Querendo conhecer mais do mundo, a jovem foge com um advogado e viaja pelos continentes, exigindo igualdade e libertação. Além de Stone e Dafoe, o elenco também conta com Mark Ruffalo, Jerrod Carmichael, Ramy Youssef, Christopher Abbott, Margaret Qualley, Kathryn Hunter, Suzy Bemba e Wayne Brett.

Com adaptação de Tony McNamara, que também fez parte do roteiro de “A Favorita” (2019), outra obra de arte de Lanthimos a trama busca gerar curiosidade em todos os aspectos como o período que se passa a história de Bella com uma visão vitoriana gótica com infusão de steampunk, em um mundo distorcido que parece antigo em vários momentos, mas também atual. McNamara provoca com sua adaptação e intriga mesmo entre aqueles que ficarem incomodados por alguns momentos mais intensos.

Foto: Divulgação/20th Century Studios

Yorgos Lanthimos se destaca entre os cineastas recentes de Hollywood pela sua forma criativa e inusitada de contar uma história. O diretor que basicamente está esculpindo uma nova fórmula de fazer cinema e ganhou o status de líder da “onda estranha”, não se prende ao formal  a arte que sempre deveria ser vista em filmes traz um nível extra de ousadia artística desinibida, num grau incomum de confiança.

Emancipação feminina 

Com lentes olho de peixe, Lanthimos distorce o conteúdo da moldura, e cria ao longo da trama uma discussão tão atual e presa ao passado, a LIBERTAÇÃO FEMININA, com Bella vivida por Emma Stone esse é o cerne central do objetivo caótico do diretor, ao longo da história vemos a fome da protagonista por conhecimento, ela foge para ser livre, descobre no sexo e na nudez o seu corpo (Sim o longa, contém várias cenas de nudez e sexo), pelos livros e pessoas pelos caminhos um mundo novo e vê como os homens podem ser egoístas quando quando a jornada não é sobre eles.

Foto: Divulgação/20th Century Studios

Sem dúvida nenhuma esse é o melhor trabalho da atriz! Emma Stone, que chegou aos poucos em Hollywood, com comédias bobas e adolescentes, trilhou um dos caminhos mais brilhantes da sétima arte. Estava maravilhosa em, “La La Land: Cantando Estações” (2016), “A Favorita” (2019) e “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” (2014). Ela já está em outro nível, um nível para poucos e conquistou isso com o seu talento incontestável.  

Essa jornada brilhante é apoiada por uma trilha sonora coesa e excêntrica de Jerskin Fendrix. Com quatro notas tocando em cordas de violino que abre o filme e retorna em vários cortes, a construção gradual na música reflete o crescimento intelectual de Bella.

Foto: Divulgação/20th Century Studios

O trabalho das diversas equipes de design do filme são um espetáculo à parte com a câmera de Robbie Ryan, além da extravagância singular dos figurinos de Holly Waddington. 

Conclusão

“Pobres Criaturas” só pode ser definido como um carnaval de estranheza com toques dramáticos e cômicos sobre a libertação feminina. A parceria entre Yorgos Lanthimos e Emma Stone, pode ser vista como tudo menos com medo do risco encontrado em muitas produções da atualidade. O longa foi indicado a 11 categorias do Oscar, incluindo: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção: Yorgos Lanthimos;
Elenco: Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe;
Roteiro: Tony McNamara;
Gênero: Fantasia científica surrealista;
Duração: 141 minutos;
Distribuição: 20th Century Studios;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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