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Cinema com ela
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“O Exorcista – O Devoto” é um constrangimento ao clássico de 1973

Novo longa de David Gordon Green entrega trama vergonhosa e sem nenhuma inovação para o gênero

Tamires Rodrigues

12/10/2023 4h00

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Qualquer espectador que se interesse minimamente por filmes de terror, conhece, “O Exorcista” (1973) dirigido por William Friedkin. O longa se tornou um marco para o gênero sendo referenciado e usado como inspiração até os dias atuais.  Visto que estamos na década da revisitação de clássicos, com novas produções de reboots, continuações e remakes é claro que um dos melhores filmes sobre possessão não ficaria de fora.

Nesta quinta-feira (12), estreia  “O Exorcista – O Devoto” com direção de David Gordon Green, também responsável pela última trilogia da franquia de “Halloween” iniciada em 2018. A nova aposta do cineasta, mesmo usando um dos nomes mais conhecidos dos longas de terror, não consegue chegar nem perto da grandiosidade do original, entregando uma narrativa morna sem nenhuma inovação.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Desde a morte de sua esposa grávida em um terremoto no Haiti, há 12 anos, Victor Fielding tem criado sua filha Angela sozinho. Mas quando Angela e sua amiga Katherine desaparecem na floresta e retornam três dias depois sem memória do que aconteceu com elas, isso desencadeia uma série de eventos que obrigará Victor a confrontar o mal e, em seu terror e desespero, buscar a única pessoa viva que testemunhou algo parecido antes.

Mesmo com todos os aspectos do original, pairando no ar nessa continuação/reboot, David Gordon Green decide sempre aumentar para chamar a atenção do espectador que já está presente. Diferente do longa de 1973 a nova produção aposta em duas meninas possuídas e uma ecumênica rede de religiões, contudo essa mistura que facilmente poderia fazer um retrato atual, colocando toda religião no centro, sem nenhuma aparecendo mais que a outra, acaba não tendo um método específico e fica uma mistura que beira o absurdo.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Outro ponto falho para o novo longa e o desenrolar da trama, bom estamos falando de um filme sobre possessão, e o David Gordon Green enrola até o último minuto para realizar o feito mais esperado, o início da narrativa, são duas meninas desaparecidas, a investigação para encontrá-las demora, depois eles precisam encontrar aspectos sobre o ato da possessão e leva mais tempo. E como se o filme em si, não quisesse chegar nos momentos mais esperados pelo espectador. 

E como estamos falando de um filme que ficou muito famoso, claro que para chamar mais atenção só nome não bastava. Já que o diretor do longa original William Friedkin, que faleceu em agosto deste ano, não quis fazer parte do projeto, então a opção era trazer uma das atrizes da primeira versão. Entra em cena Ellen Burstyn revivendo sua personagem Chris MacNeil, agora como uma escritora famosa, por contar sua história e da sua filha Regan McNeil vivida por Linda Blair. A questão da validação com o clássico é necessária? Mesmo precisando criar um enredo novo para essa mãe que não conta com o fator nostálgico, além de criar quase que uma aura sobrenatural para a mesma. 

Ellen Burstyn revive sua personagem Chris MacNeil – Foto: Divulgação/Universal Pictures
Conclusão 

David Gordon Green que tem aparecido como um salvador, de clássicos do terror, falha de forma extraordinária em “O Exorcista – O Devoto”, o longa peca no roteiro, no desenrolar das possessões e em questões técnicas que deveriam se inspirar no original. Essa em tese seria a primeira parte de uma trilogia, contudo isso não deve ser mais uma certeza.

Confira o trailer:

??Ficha técnica:

Direção: David Gordon Green;

Roteiro: David Gordon Green, Peter Sattler;

Elenco: Leslie Odom Jr., Ann Dowd, Jennifer Nettles, Norbert Leo Butz, Lidya Jewett, Olivia Marcum, Ellen Burstyn; 

Gênero: Terror;

Distribuição: Universal Pictures;

Duração: 121 minutos;

Classificação Indicativa: 16 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z

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