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Cinema com ela
Cinema com ela

“Meu nome é Gal” é recorte belíssimo da vida da musa da Tropicália

Com Sophie Charlotte na pele de Gal Costa, longa aborda como a cantora se tornou uma das vozes mais emblemáticas do país

Tamires Rodrigues

12/10/2023 5h00

Sophie Charlotte vive Gal Costa em “Meu nome é Gal” — Foto: Divulgação/Paris Filmes

Gal Costa com sua voz incomparável, se tornou uma das maiores cantoras do Brasil. Musa da Tropicália, irreverente e até vaca profana foram alguns dos adjetivos usados para descrever a artista que faleceu em 9 de novembro do ano passado. 

E para mostrar como começou toda a ousadia e força que essa mulher teve, nesta quinta-feira (12), estreia o longa biográfico “Meu nome é Gal” protagonizado por Sophie Charlotte e dirigido pela dupla Dandara Ferreira e Lô Politi, o filme retrata um curto período, porém extremamente importante da vida de Maria da Graça Costa Penna Burgos, conhecida como Gal Costa. 

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Sempre tímida quando criança, Gal decidiu se arriscar na vida e se mudar para o Rio de Janeiro aos seus 20 anos de idade. Coincidentemente em uma das cidades mais bonitas do país, a cantora acaba encontrando amigos como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que acompanham os primeiros passos de Gal na música profissional no final da década de 1960. Com dois amigos ajudando a dar o empurrão na carreira de Gal, ela precisará enfrentar a timidez, mas à medida que vai se soltando, ela – junto com outros artistas – formam o movimento da Tropicália. Depois de tanto sucesso, Gal acaba tendo um período de depressão, quando seus dois amigos são exilados na ditadura, e nesse momento que ela começa a encontrar sua força como artista. 

As roteiristas Maíra Bühler e Lô Politi, decidiram fugir do estereótipo das cinebiografias e resolveram retratar apenas um período da vida da cantora, uma decisão de certo modo que casa completamente com a trama proposta até com o título escolhido, “Meu nome é Gal”. Se passando entre o final dos anos 1960 e início dos anos 1970, o longa começa com uma tímida moça de outra cidade que encontra em seus amigos e parceiros de trabalho a força para se tornar a explosão que todos conhecem. É notável ver a mudança de Gal no decorrer do enredo, quando ela canta a música  “Divino Maravilhoso”, no 4º Festival de MPB TV Record 1968 que se tornou um hino  contra a Ditadura Militar é impossível não ver toda a potência dela representada em cena.

Foto: Divulgação/Paris Filmes

E já que estamos falando desse período tão obscuro do país, os anos de chumbo são uma parte que se tornam fio condutor para a narrativa. Visto que esse momento foi uma parte significativa para toda a apreensão que Gal e seus amigos como Gil e Caetano passaram. Por conta da repressão, os dois artistas precisam se exilar na Inglaterra e fez com que a cantora precisasse mostrar sua autonomia e seguir em frente. 

Mesmo com pouco tempo para seu desenvolvimento, o filme retrata dois pontos importantes, como a sua relação com a mídia, que sempre queria saber sobre sua vida pessoal e ela mesma diz que o seu negócio é a música, e isso pode explicar o por que da trama deixa suas relações pessoais, como seus relacionamentos amorosos sem muitos detalhes ou sua questão com a também cantora Maria Bethânia, que todos sabem que sim existiu uma certa rixa entre elas, contudo isso fica mais com um subtexto. Então o longa é superficial em alguns momentos, porém  é bastante honesto com sua vida profissional.

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Sophie Charlotte está impecável, ela canta de verdade algumas músicas e narra outras, claro, pois dificilmente conseguiria alcançar a voz de Gal. Toda sua construção é memorável e ela encarna a cantora nos palcos de forma única. 

O longa tem várias menções de outros cantores, grupos, bandas como Rita Lee, antes das suas madeixas ruivas, os Mutantes, João Gilberto também é citado, entre vários outros. Além dos destaques de Caetano, vivido por Rodrigo Lelis e  Dan Ferreira como Gilberto Gil, eles entram como coadjuvantes e são um belo suporte para todo o desenvolvimento da narrativa.

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Sem dúvida nenhum o ponto alto do filme, são as músicas como “Divino Maravilhoso”, “Baby”, entre outras e é claro a ambientação que ficou primorosa, retratar o Rio de Janeiro nesse período com as roupas, os carros, maquiagens, casas, são detalhes importantes que fazem muita diferença e que são muito bem executados, além de colocar imagens reais que transitam com fluidez.  

Conclusão 

“Meu nome é Gal” faz um recorte tanto da vida de Gal Costa, como do Golpe Militar e isso combinou com todo o objetivo da trama. O longa peca em algumas transições, contudo seus momentos finais são bem planejados. Sophie Charlotte está icônica e representa muito bem a voz que marcou e marca até os dias de hoje. 

Confira o trailer:

??Ficha técnica:

Direção: Dandara Ferreira, Lô Politi;

Roteiro: Maíra Bühler, Lô Politi;

Elenco: Sophie Charlotte, Rodrigo Lelis, Dandara Ferreira, Dan Ferreira, Chica Carelli, Camila Márdila, Luis Lobianco, George Sauma, Pedro Meirelles, Caio Scot, Fábio Assunção; 

Gênero: Biografia;

Distribuição: Paris Filmes;

Duração: 90 minutos;

Classificação Indicativa: 16 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z

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