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Cinema com ela
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Live-action de “A Pequena Sereia” não consegue se igualar a magia do clássico de 1989

Halle Bailey é a melhor escolha para viver a protagonista da nova produção da Disney, longa estreia nesta quinta-feira (25)

Tamires Rodrigues

25/05/2023 5h00

Atualizada 24/05/2023 20h01

Foto: Divulgação/Walt Disney Studios Motion Pictures

Já faz alguns anos que a Disney insiste em realizar remakes em live-action de suas animações mais aclamadas, o que deixa uma pergunta no ar: é realmente necessário fazer releituras dos clássicos animados? Exemplos como “O Rei Leão” (2019) ou “Mulan” (2020), deixa claro que nem sempre a melhor opção e mexer no que está quieto, por outro lado o estúdio também conseguiu trazer ótimas produções como “Mogli: O Menino Lobo” (2016) e “Cruella” (2021).

Seguindo a mesma linha estreia nesta quinta-feira (25), “A Pequena Sereia” inspirado no conto de 1837 do autor Hans Christian Andersen e é claro no desenho de 1989 que reviveu o departamento de animações da Disney. Protagonizado por Halle Bailey que encanta como Ariel, Melissa Mccarthy como Úrsula e Javier Bardem que vive o Rei Tritão. O novo longa reconta a história do clássico, com algumas novas abordagens que deveriam trazer mais força para a personagem principal, porém acaba não inovando muito e não consegue alcançar a magia da animação. 

Foto: Divulgação/Walt Disney Studios Motion Pictures

A caçula das filhas do Rei Tritão (Javier Bardem), Ariel (Halle Bailey) é uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura, desejando descobrir mais sobre o mundo além do mar, Ariel visita a superfície e se apaixona intensamente pelo arrojado Príncipe Eric (Jonah Hauer-King), ao salvá-lo de um naufrágio. Mas para procurá-lo em terra firme e se aproximar do Príncipe humano, a sereia pede ajuda à bruxa do mar, Úrsula (Melissa McCarthy), e aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Agora, ela terá o desafio de se comunicar com o rapaz ao experimentar a vida em terra firme, além de entrar em conflito com os valores de sua família.

Logo na pré-produção o filme começou a sofrer duras críticas devido a sua escolha de alterar a etnia da protagonista Ariel, Halle Bailey entra em cena mesmo com todos os comentários negativos, e se existe uma justificativa plausível para o empreendimento do remake com toda a certeza a mudança é a maior, se torna justo que todas as crianças possam se enxergar em longas de grandes estúdios, principalmente como a Disney que ainda é uma das maiores referências quando se trata do público infantil. 

Foto: Divulgação/Walt Disney Studios Motion Pictures

Mesmo adaptando uma história que acertou em cheio com a sua proposta, o novo longa dirigido por Rob Marshall, também diretor do aclamado musical “Chicago” (2002) ou do mais recente “O Retorno de Mary Poppins” (2018), consegue falhar nos mesmos pontos de outros live-actions. É compreensível que os realizadores desejam entregar um filme o mais realista possível, mesmo se tratando de uma trama mítica, nos primeiros momentos já se percebe como os cenários do fundo do mar estão escuros e fora de contraste ou o CGI dos animais marinhos que não chegam a falta de expressão de o “Rei Leão” (2019) mas também não incorporam a fofura do desenho, como por exemplo o peixinho Linguado dublado por Jacob Tremblay, que deveria ser o melhor amigo de Ariel mas acaba quase como um peixinho morte e sem expressão nenhuma, sua participação é quase desnecessária.  

Diferente da animação, o novo filme conta com mais de 40 minutos, nesse tempo novas canções aparecem, além de novas sequências fora do oceano ou do castelo, as novas músicas não tem o mesmo apelo emocional das já conhecidas é sim interessante ver o relacionamento da Ariel com o Príncipe Eric ganhar mais tempo, ou seja não é só um olhar que fará a jovem cair de amores, mas é um tempo a mais que poderia não existir, pois não agrega nada de muito relevante. 

Foto: Divulgação/Walt Disney Studios Motion Pictures

Halle Bailey é sem dúvida nenhuma a melhor escolha para viver a Ariel, ela transmite toda a inocência da Pequena Sereia, quando ela chega pela primeira vez na terra é como tudo é novo são momentos especiais que se aproximam com perfeição do desenho. Sem mencionar o seu vocal que consegue alcançar as notas altas de “Part of Your World” é a cena mais linda de todo o filme.

Melissa Mccarthy como Úrsula é algo marcante para a trama, ela dá vida a uma típica vilã da Disney com suas falas prontas e características, já Javier Bardem que vive o Rei Tritão não convence como o personagem, ele quase não tem tempo de tela, fica claro que foi mais uma questão de participação especial, Jonah Hauer-King que vive o Príncipe Eric não tem muito carisma e isso só fica mais evidente quando ele divide a tela com a Halle que é o maior destaque do remake.

Conclusão

Ainda é cedo para falar que “A Pequena Sereia” pode se tornar uma dos melhores remakes em em live-action da Disney, ele convence por se manter praticamente idêntico a animação, com sutis mudanças para se tornar mais atual, mas acaba que mais uma geração de meninas verá uma protagonista desistindo do seu mundo e da sua voz.

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Rob Marshall;

Roteiro: David Magee;

Elenco: Halle Bailey, Jonah Hauer-King, Daveed Diggs, Awkwafina, Jacob Tremblay, Noma Dumezweni, Javier Bardem, Melissa McCarthy;

Gênero: Aventura, Fantasia;

Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures;

Duração: 130 minutos;

Classificação Indicativa: 10 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z

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