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Cinema com ela
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“Bob Marley: One Love” apresenta os maiores sucessos do cantor e ativista

Cinebiografia irregular não busca mostrar o mito e gênio da música, mas destacar sua vulnerabilidade

Tamires Rodrigues

15/02/2024 5h00

Foto: Divulgação/Paramount Pictures

Logo de cara, já percebemos que “Bob Marley: One Love”, foge das típicas biografias saturadas de Hollywood, o caminho iniciado pela infância difícil, o sofrimento pelas dificuldades visíveis em seu país, o abandono do pai. Tudo isso é deixado de lado, para apresentar o maior cantor de reggae da história já na sua glória. 

Corta para a Jamaica nos anos 1970 no meio de uma guerra civil com uma taxa altíssima de violência, misturada com pequenas doses de felicidade causadas justamente pelo cantor, que dedicava suas músicas para protestar contra injustiças sociais, embaladas pelo movimento religioso rastafári.

Foto: Divulgação/Paramount Pictures

O filme relembra os importantes feitos do cantor para seu país, assim como as dificuldades que sua família e conhecidos passaram. Bob Marley (Kingsley Ben-Adir) ficou conhecido por sua pregação pela paz, do amor e da fé rastafari. Com o reggae, ultrapassou fronteiras e o sucesso foi imenso. Mas mesmo famoso, a violência em seu país era uma realidade e chega até Marley e sua esposa (Lashana Lynch). Após um atentado, eles saem do país, mas no ano seguinte o cantor icônico decide voltar, pelo povo, para a Jamaica.

A escolha do diretor Reinaldo Marcus Green, mais conhecido por “King Richard: Criando Campeãs” (2021), outra biografia que foge da tradicional enciclopédia. Mostra que em um gênero saturado ainda tem muito para ser explorado. 

Os maiores sucessos de Bob Marley, estão presentes na trilha e não poderia ser diferente, fica difícil não acompanhar cada música escolhida, alguns momentos musicais também se destacam como um flashback de 1963, quando os Wailers, grupo que o cantor fazia parte mostram o seu talento vocal e ainda faz uma alusão ao futuro de Bob contra a violência presente na Jamaica.

Foto: Divulgação/Paramount Pictures

Estamos falando de uma produção que foi feita em parceria com a família do cantor, devidamente creditados nos créditos finais. E obviamente ficam de fora alguns detalhes de sua trajetória pessoal, como o fato do cantor não concordar com a homofobia em seu país ou os filhos que o astro teve fora do casamento, essa parte até é mencionada, contudo de maneira superficial, algo para mostrar o bom moço good vibes que todos conheciam. 

A direção de Green também peca em uma sequência inicial de um atentado contra o músico e sua banda em sua própria casa, a cena em si é mal direcionada, chata quase que desnecessária para o resto do enredo, se justificando somente no final, quando Bob perdoa o suposto assassino como um santo.

Foto: Divulgação/Paramount Pictures

Um problema gritante da biográfica fica para o contexto histórico, principalmente em relação a briga política da Jamaica, fica difícil se localizar em relação ao tempo, os flashbacks da sua juventude são outro ponto que tentam ajudar a entender melhor quem era Bob Marley, mas acabam sendo pouco inspiradores. 

Kingsley Ben-Adir é um bom ator sem dúvidas, mas não consegue transmitir o magnetismo que o personagem exigia. Já Lashana Lynch, que faz a esposa de Marley e o melhor de atuação na tela, com um autodomínio impressionante.

Foto: Divulgação/Paramount Pictures

Conclusão

“Bob Marley: One Love”, é um filme morno a euforia que o astro tinha nos palcos não está presente na trama, suas músicas contagiam claramente, mas não passa disso. 

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção: Reinaldo Marcus Green;
Roteiro: Reinaldo Marcus Green, Zach Baylin;
Elenco: Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, Nadine Marshall;
Gênero: Biografia;
Duração: 107 minutos;
Distribuição: Paramount Pictures;
Classificação indicativa: 16 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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