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Cinema com ela
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‘A luz do Demônio’ é mais um clichê sobre exorcismo

Estreia, nesta quarta-feira (02), novo longa de terror sobrenatural que usa do catolicismo para falar sobre exorcismo

Tamires Rodrigues

02/11/2022 5h00

Atualizada 01/11/2022 18h40

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Quase todo ano chega um novo filme sobre exorcismo com enredo quase idêntico aos anteriores, sempre usando do catolicismo e explorando longas como “O Exorcista” (1973), “Sobrenatural” (2010) e “Invocação do Mal” (2013). Mesmo que os títulos agradem, acabam se repetindo e não trazendo algo novo. Com a mesma proposta, chega aos cinemas nesta quarta-feira (2) “A luz do demônio”.

No longa, de acordo com o Vaticano, as ocorrências de possessão demoníaca aumentaram nos últimos anos. Para diminuir o número de casos, a Igreja abriu uma escola voltada a treinar padres aptos para praticar exorcismos. A Irmã Ann (Jacqueline Byers) também está entre os alunos do colégio como enfermeira. Mesmo sendo uma mulher, ela acredita que o seu destino é realizar exorcismos. Ann acaba sendo notada por um professor e se torna a primeira freira a estudar e dominar o ritual do exorcismo. Ela descobre que sua alma está em perigo, pois as forças demoníacas que ela luta contra, revelam uma conexão misteriosa com seu passado traumático.

Foto: Divulgação/Paris Filmes
Roteiro e direção

‘A Luz do Demônio’ realmente até tenta introduzir novos fatos sobre essa “possessão demoníaca”, levando mais para o lado psicológico, não buscando a resposta simplesmente na superstição dentro da religião. Mesmo assim, o roteiro peca por não conseguir se aprofundar em nada que começa, totalmente diferente do aclamado “O Exorcismo de Emily Rose” (2005). A história ainda conta com uma crítica em relação ao machismo dentro da Igreja Católica, só que, mesmo com essa ideia interessante, mais uma vez a proposta fica rasa e sem definição explícita. O longa também faz uma grande homenagem para o gênero do terror sobrenatural, o que se percebe nos espelhos assombrados, na trilha sonora, nos sussurros vindos do nada e, claro, nos demônios assustadores.

Não é novidade que esse tipo de filme receba um orçamento pequeno. Além disso, são muitas cenas internas, o que tornam as imagens escuras, sendo quase impossível ver os personagens falando entre si. O diretor Daniel Stamm acabou exagerando ao máximo no uso do CGI, que não ficou bom em nenhum momento. Outro grande problema foi a questão da classificação indicativa, pois o estúdio não queria um filme 16+, dificultando ainda mais o trabalho da produção.

Foto: Divulgação/Paris Filmes
Protagonismo feminino

Jacqueline Byers, que dá vida à Irmã Ann, consegue carregar o longa nas costas. Sua atuação está incrível, ela consegue trazer reações dignas de um filme de terror de uma personagem que traz consigo um grande trauma da sua infância, quase que uma super-heroína. Sem dúvida a melhor escolha para o filme.

Conclusão

‘A Luz do Demônio’ acaba se tornando mais um clichê sobre exorcismo, sem nenhuma novidade, com vários problemas técnicos, se salvando unicamente pela atuação da protagonista. O filme ainda sugere uma continuação para a história da Irmã Ann, mas sem deixar nada claro.

Confira o trailer: 

Ficha técnica:

Direção: Daniel Stamm;

Roteiro: Robert Zappia e Robert Zappia;

??Elenco: Jacqueline Byers, Virginia Madsen, Colin Salmon e Christian Navarro;

Gênero: Terror, suspense;

Distribuição: Paris Filmes;

Duração: 01 hora e 33 minutos;

 Classificação Indicativa: 14 anos;

Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

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