Vimos na primeira parte desta trilogia que, de acordo com a resolução nº 09, de 25 de abril de 2018, o psicólogo deve basear sua avaliação psicológica em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional, podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares (fontes complementares de informação).
São consideradas fontes de informação:
I – Fontes fundamentais:
a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso profissional da psicóloga e do psicólogo e/ou;
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou;
c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos obtidos individualmente ou por meio de processo grupal e/ou técnicas de grupo.
II – Fontes complementares:
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura científica da área e que respeitem o Código de Ética e as garantias da legislação da profissão;
b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes multiprofissionais.
Vamos transformar esta informação em algo mais palatar para o amigo leitor:
De acordo com o dicionário de psicologia da American Psychological Association (APA), testes psicológicos podem ser compreendidos como qualquer instrumento padronizado, incluindo escalas e inventários de autorrelato, que avaliam o construto psicológico por meio de amostras de comportamento ou atributos metais, as quais são quantificadas, interpretadas e sintetizadas. Já para Pasquali (2016), trata-se de um conjunto de tarefas bem definidas, que o sujeito executa de modo padronizado, tendo depois seu desempenho descrito e julgado por meio de números.
De forma geral, penso que podemos definir testes psicológicos como procedimentos sistemáticos e padronizados que captam amostras de comportamento, permitindo a inferência e a previsão de determinados comportamentos futuros, e para tanto, contam com uso de qualificação e registros numéricos.
E mesmo não sendo um consenso, mas na intenção de didaticamente ajudar o amigo leitor a entender melhor todo processo, podemos ainda classificar o processo avaliativo por meio do uso de instrumentos ou técnicas:
- Medidas de autorrelato (avaliando fornece informação sobre si mesmo);
- Medidas de Heterorrelato (pessoa de referência oferece informações sobre o
- avaliando);
- Medidas de desempenho típico (o avaliando atribui significado a um estímulo
- ambíguo baseado em sua experiência);
- Medidas de desempenho máximo (avalia-se o desempenho do avaliando em
- tarefas estruturadas);
- Medidas construtivas (demanda a construção de um produto, como, por
- exemplo, um desenho);
- Medidas observacionais (os resultados são oriundos da observação do
- comportamento do avaliando).
É ainda muito importante que o psicólogo só utilize testes validados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que podem ser pesquisados no sistema SATEPSI, além de conhecer e dominar o conteúdo referente a tipologia instrumental, bem como ter condições técnicas de utilizá-los. Afinal, os testes requerem diferentes níveis de treinamento para que o psicólogo tenha condições de alcançar o resultado adequado. Assim, cabe ao psicólogo a busca pelo conhecimento técnico científico necessário.
Até a próxima!