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Analice Nicolau
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Semaglutida para emagrecer: Pode ou não pode?

Popularização do uso da Semaglutida traz à tona discussão sobre fórmulas milagrosas para emagrecer

Analice Nicolau

17/03/2023 11h00

Volta e meia surgem no mercado ofertas aparentemente milagrosas que prometem o emagrecimento rápido. A mais comentada no momento é a Semaglutida, medicamento que vem se popularizando a partir do relato de uso por celebridades internacionais com a finalidade exclusivamente de perder peso. O tema foi até piada durante discurso na cerimônia do Oscar. E na última semana, o remédio foi matéria de capa de uma das mais renomadas publicações mundiais, a The Economist, cujo título, traduzido para o português, é “Comer, injetar e repetir”.

Originalmente desenvolvido para tratar e controlar o diabetes, a substância Semaglutida também reduz o apetite e, por isso, vem sendo utilizado por muitas pessoas como forma de acelerar o processo de emagrecimento. De fato, o efeito da perda de peso está previsto no uso do medicamento por conta da presença de substâncias que inibem a fome, porém é fundamental que sua indicação seja feita por um médico, que poderá avaliar os riscos e benefícios do tratamento e também fazer o acompanhamento do paciente.

“Não podemos abordar um tema tão sério que é a obesidade como um filme de ficção. O que o título da matéria da The Economist sugere é a possibilidade de comermos o que quisermos, injetar uma medicação e nos mantermos magros. Isso é muito perigoso, uma vez que a má alimentação pode provocar, além do ganho de peso, diversas outras doenças graves. Também não sabemos ainda dos efeitos colaterais desse tipo de medicamento a longo prazo e não podemos alimentar a falsa ideia de que é possível comer à vontade e resolver o controle do peso com medicação. É importante termos muita cautela ao usar essas drogas para fins diferentes daqueles para que foram desenvolvidas“, comenta o cirurgião bariátrico, Cid Pitombo.

De acordo com o médico, os remédios para emagrecer têm se mostrado seguros e com ótimos resultados em pacientes que não necessitam perder muito peso. No caso da substância, que é um medicamento, a composição tem um hormônio chamado GLP1, que confere sensação de saciedade e controle da glicemia. Esse mesmo processo acontece com os pacientes que passam pela cirurgia bariátrica, porém de forma definitiva e segura, uma vez que, por conta do desvio do intestino, o alimento chega mais rápido ao final do órgão, levando à produção desse hormônio e de outras substâncias que acabam por inibir a fome.

“Para pacientes que não possuem obesidade elevada e não têm doenças associadas, mas que querem ou precisam perder peso, a recomendação segue sendo a adoção de hábitos e alimentação saudáveis e prática regular de atividade física. Nesses casos, a possível recomendação do uso de medicação somente deve ser feita por um médico, quando mesmo diante de maior controle, a pessoa não consegue perder peso. Além disso, é preciso muito cuidado com informações que se popularizam na internet, especialmente nas redes sociais. Nem sempre o que é indicado para uma pessoa é bom para todos“, conclui Pitombo.

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