A Sociedade Brasileira de Cardiologia acaba de divulgar que 40% da população, mais de 84 milhões de brasileiros, têm colesterol elevado. O grande fator de risco é que, além de ser uma doença silenciosa, porque não expressa nenhum sinal de alerta através de sintomas, os altos índices de colesterol no sangue aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
No Brasil, estima-se que essas doenças são a causa da morte de 300 a 400 mil pessoas por ano. Esses dados mostram que esta seja a primeira causa de mortalidade no país. De acordo com o Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, hoje o objetivo do tratamento de controle de colesterol não é apenas baixar os níveis, mas reduzir os riscos de infarto não fatal, morte cardiovascular e acidente vascular cerebral (AVC).
“O primeiro passo para descobrir como andam os níveis de colesterol é consultar o médico, avaliar histórico familiar e realizar exames de sangue para determinar se é portador de Hipercolesterolemia Familiar (uma doença genética que se caracteriza por altos níveis de colesterol), ou seja, se há na família alguém com colesterol mais alto que o normal e que, a longo prazo, pode ter um aumento de riscos de doenças cardiovasculares”, explica o especialista.
Para prevenir o alto risco de doenças cardiovasculares prematuras associadas à hipercolesterolemia familiar, a identificação precoce e o início do tratamento ideal, ainda quando criança ou adolescente, são cruciais para o sucesso dos recursos terapêuticos.
O especialista aconselha ainda investir em quatro pilares importantes para a redução dos índices de colesterol e, consequentemente, dos riscos de doenças cardiovasculares. São eles: ter um sono reparador (que protege contra eventos cardiovasculares), manter uma dieta saudável (rica em alimentos de origem vegetal, e com a ingestão mínima de alimentos de origem animal e de alimentos processados), fazer atividade física com regularidade (que significa realizar 150 minutos de atividade física moderada por semana) e cuidar da saúde mental.
“Normalmente, pessoas com ansiedade ou depressão têm dificuldade para praticar exercícios e adotar dieta adequada e não conseguem ter um sono reparador, que são eixos importantes para evitar doenças cardiovasculares”, ressalta.
O cardiologista explica ainda que somente 30% do colesterol circulante no corpo vem dos alimentos ingeridos, os outros 70% são produzidos pelo fígado. “O nosso organismo produz a maior parte de colesterol circulante no sangue, mas o excesso, os altos níveis, se não decorrem da Hipercolesterolemia Familiar, derivam principalmente do sedentarismo, do sono inadequado e da má alimentação. Quando é absolutamente necessário, lançamos mão de medicações para baixar o colesterol, que atuam, a longo prazo, na redução do acúmulo de gordura nas artérias, minimizando assim os riscos de doenças cardiovasculares mais graves”, finaliza.