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Analice Nicolau
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Que tal um final de semana com três dias de descanso? Para algumas empresas, isso já é uma realidade

Startup de Benefícios Flexíveis diminui carga horária semanal de trabalho sem cortes nos salários, visando aumentar a qualidade de vida dos colaboradores e evitar o esgotamento mental

Analice Nicolau

24/08/2022 15h00

Startup de Benefícios Flexíveis diminui carga horária semanal de trabalho sem cortes nos salários, visando aumentar a qualidade de vida dos colaboradores e evitar o esgotamento mental

Ok, um final de semana com três dias para descanso ainda é algo distante da maioria das organizações brasileiras. Porém, a four-day week, ou semana de trabalho de 4 dias, já foi implantada em várias empresas estrangeiras.

Aqui no Brasil, a Eva Benefícios, RH Tech de benefícios flexíveis, iniciou no mês de julho a jornada de trabalho de 32 horas por semana. Segundo Marcelo Lopes, CEO da empresa, a mudança no regime de trabalho visa uma melhora na qualidade de vida dos colaboradores, além de acompanhar também uma tendência que só cresce no exterior.

“Os motivos para diminuir a carga de trabalho vão além da produtividade. Não basta apenas vender benefícios. Temos que fazer questão que nossos colaboradores sintam a experiência de liberdade e flexibilidade que tanto pregamos aos nossos clientes”, afirma.

Os funcionários da Eva irão contar com a sexta-feira livre para aproveitarem tempo com amigos, familiares, além de terem um dia útil livre para resolver pendências pessoais. Como é o caso da Beatriz Ribeiro, Representante de Desenvolvimento de Vendas da startup, ela conta que é mãe solo e que a sexta-feira se tornou um dia de autocuidado e descanso, já que é um dia em que a filha está na escola.

“A mudança não vem acompanhada de descontos nos salários e benefícios ou pressão por resultados. A intenção é aumentar a qualidade de vida de nossos colaboradores, já que isso por si só causa impactos positivos no desempenho deles”, garante Marcelo.

A semana de trabalho de 4 dias, apesar de se tornar cada vez mais popular, também vem acompanhada de várias polêmicas. Para muitos, não há como implementar esta redução na carga horária sem ter reflexos na produtividade.

Entretanto, empresas que adotaram esse regime de trabalho estão mostrando que a produtividade se mantém — ou melhora — e que os colaboradores ficam mais satisfeitos.

Saúde
Vários países como Reino Unido e Nova Zelândia estão fazendo testes buscando institucionalizar a semana de trabalho de 4 dias. A Islândia testou o sistema entre 2015 e 2019 e, segundo os pesquisadores responsáveis, o sucesso foi estrondoso.

O estudo foi realizado com cerca de 1% da população islandesa e os trabalhadores participantes afirmaram que se sentiam menos estressados e ansiosos, o que diminui as chances de desenvolver a síndrome do esgotamento — ou burnout. Vale ressaltar que a produtividade se manteve a mesma, além dos casos em que ela aumentou.

“Esse transtorno psíquico – Burnout – é comum de ocorrer com quem passa por muitos momentos de tensão, pressão extrema e os quais exigem um grande envolvimento do indivíduo para realizar, seja de forma física, emocional ou psicológica e a jornada de 4 dias de trabalho pode minimizar esse quadro”, explica a psicóloga da Iron Saúde Digital, Bettina Correa.

O ideal, segundo ela, é já buscar amparo especializado antes mesmo do quadro se agravar, caso se identifique qualquer sinal desses. “Além de tratar, é possível evitar, procurando formas de alívio da tensão, praticando atividade física, tendo momentos de lazer e socialização e buscando uma boa qualidade de sono”, finaliza Bettina.

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