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Analice Nicolau
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Neurologista Paula Dieckmann aborda relação entre enxaqueca e comorbidades psiquiátricas

Analice Nicolau

28/12/2023 9h00

Divulgação/ Paula Dieckmann aborda associação da enxaqueca com comodidades psiquiátricas em vídeo do BIPP TV

A Dra. Paula Dieckmann, neurologista especializada em enxaqueca, Transtorno do Espectro Autista (TEA), epilepsia, TDAH, entre outras condições neurológicas, compartilhou explicações essenciais sobre a interligação entre enxaqueca e comorbidades psiquiátricas. Em um vídeo esclarecedor do Brazilian Institute of Practical Pharmacology (BIPP), a profissional abordou a natureza complexa e bidirecional desta associação, onde a presença de uma condição aumenta significativamente o risco da ocorrência da outra.

Conforme a especialista, os estudos destacam que essa relação é influenciada por fatores genéticos e ambientais, apresentando uma sobreposição notável. Mesmo sem genes específicos para depressão ou ansiedade, ambos compartilham mecanismos comuns, incluindo disfunção do sistema serotoninérgico e regulação anormal do humor e emoções.

Reprodução redes sociais/ Dra. Paula Dieckmann durante palestra no congresso Masterclass Psiquiatria 2023

A Dra. Dieckmann ressaltou que as comorbidades psiquiátricas têm uma forte relação com a progressão e o agravamento das cefaleias, impactando diretamente no tratamento e nos resultados clínicos. “Pacientes com essas comorbidades têm uma probabilidade maior de converter enxaquecas episódicas em crônicas, tornando o tratamento mais desafiador devido a uma menor adesão e possível abuso de medicamentos.” afirma Paula.

Estudos com gêmeos, mencionados pela neurologista, destacam um compartilhamento de até 20% dos genes entre enxaqueca e comorbidades psiquiátricas. A presença de depressão é identificada como um dos principais fatores de risco para a cronificação da enxaqueca, e outros elementos, como obesidade, transtornos de sono e outras comorbidades, também contribuem para esse processo.

Segundo Paula, quem sofre de enxaqueca crônica enfrenta duas vezes mais chances de desenvolver depressão em comparação com aqueles que têm apenas enxaquecas episódicas. “A intensidade da sintomatologia depressiva está diretamente relacionada ao aumento do risco de cronificação da enxaqueca. Entre as crises, é comum que os pacientes enfrentem um aumento do risco de abuso de medicação e cronificação da enxaqueca,” ressalta a especialista.

Reprodução/ Especialista ressalta que comodidades psiquiátricas têm forte ligação com progressão e agravamento das cefaleias

A relação entre enxaqueca e transtorno bipolar foi destacada, com a Dra. Dieckmann revelando que ter transtorno bipolar pode aumentar a prevalência de enxaqueca em até 55.3%. Essa associação é mais pronunciada em mulheres com transtorno bipolar tipo dois, sugerindo que a enxaqueca pode ser considerada um marcador de gravidade nesses casos.

A neurologista também alertou para o fato de que a enxaqueca muitas vezes antecede o aparecimento do transtorno bipolar, enfatizando a importância de uma abordagem integrada na compreensão e no tratamento dessas condições neurológicas complexas.

Confira o vídeo na íntegra:

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