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Analice Nicolau
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Mitos e realidades da terapia: como romper estigmas e cuidar da saúde mental

Saiba por que as mulheres são maioria nas sessões de terapia online e o que isso revela sobre nossa sociedade

Analice Nicolau

09/08/2023 10h30

Na plataforma de gestão de saúde corporativa Orienteme, um padrão intrigante se destaca: 71,1% dos atendidos são mulheres, enquanto os homens representam apenas 28,9%. Apesar de chocante para alguns, especialistas em psicologia não estão surpresos. Segundo Renata Tavolaro, Head de Psicologia da Orienteme, uma série de fatores complexos contribui para essa discrepância.

De acordo com Tavolaro, as normas culturais desempenham um papel significativo. Ela explica que a sociedade estigmatizou a expressão de emoções como sinal de fraqueza, levando muitos homens a evitarem buscar apoio emocional. Isso é agravado por noções ligadas à masculinidade, que frequentemente associam ser emocionalmente aberto a ser “fraco”. Tavolaro ressalta que essa crença prejudica a saúde mental masculina, já que os homens podem suprimir problemas emocionais.

Por outro lado, mulheres são mais socializadas para expressar suas emoções. Elas enfrentam expectativas e pressões sociais únicas em relação a papéis familiares, profissionais e sociais. Isso resulta em desafios emocionais específicos que incentivam as mulheres a buscar ajuda profissional. Renata acredita que a terapia oferece suporte e orientação para lidar com essas pressões.

Renata Tavolaro desmantela o mito de que buscar ajuda psicológica é um sinal de “loucura”. Pelo contrário, a terapia é uma ferramenta para promover uma relação saudável consigo mesmo e com os outros, algo crucial em um mundo cada vez mais frenético. Ela enfatiza que, independente do gênero, todos devem priorizar a saúde mental.

A terapia não só auxilia na resolução de conflitos, mas também proporciona autoconhecimento. “É nela que o paciente olha para si mesmo e examina as razões por trás de seus pensamentos e atitudes em relação a diferentes aspectos de sua vida”, explica Renata. Em última análise, a terapia possibilita a conscientização sobre o passado de uma pessoa e como ele molda seu presente.

À medida que continuamos a quebrar estigmas e compreender melhor nossa saúde mental, a busca por apoio emocional deve se tornar mais inclusiva. Homens e mulheres podem se beneficiar igualmente do poder transformador da terapia, criando um futuro mais saudável emocionalmente para todos.

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