Tecnologia que integra objetos e internet já movimenta bilhões e cria novas oportunidades em setores como indústria, agronegócio, saúde e logística
A Internet das Coisas deixou de ser uma promessa tecnológica para se firmar como uma das principais engrenagens da transformação digital no Brasil e no mundo. Mais do que conectar objetos, sensores e sistemas, ela conecta oportunidades, eficiência e inovação, e abre espaço para novos modelos de negócio em diferentes setores.
De acordo com a consultoria IMARC, o mercado brasileiro de IoT movimentou cerca de US$ 18,4 bilhões em 2024 e deve crescer, em média, 17,8% ao ano até 2033. Globalmente, a Market Data Forecast projeta um crescimento ainda mais expressivo, movimentando US$ 4,5 trilhões até 2033. Esses números mostram um movimento que vai muito além da tecnologia, é a economia real sendo transformada por dados.
O conceito é simples: a IoT permite que objetos do dia a dia troquem informações em tempo real via internet. Um campo com sensores de umidade, uma máquina industrial que prevê falhas antes de parar ou um dispositivo médico que monitora pacientes à distância, todos são exemplos práticos dessa revolução que coloca a inteligência dos dados a serviço da eficiência.

Para o professor Vander Fabio Silveira, coordenador de Ciência e Tecnologia da Faculdade Donaduzzi, o Brasil já se destaca nesse cenário. “O agronegócio utiliza sensores e drones para aumentar a produtividade, enquanto as cidades inteligentes economizam recursos com gestão de iluminação e trânsito. Na indústria, a manutenção preditiva pode elevar a produtividade em até 30%”, explica o especialista.
E as oportunidades não param por aí. “A IoT deixou de ser algo distante. Hoje, ela está presente em vários segmentos: indústria, saúde, logística e agronegócio. Há espaço para empreendedores que enxergam soluções locais e práticas, de oficinas mecânicas conectadas a restaurantes que evitam perdas com monitoramento de freezers”, acrescenta Vander.
Os desafios, porém, seguem na pauta. Ainda há barreiras de conectividade, custo inicial e segurança de dados, além da necessidade de profissionais capacitados. Mas as perspectivas são otimistas. A chegada do 5G, a redução do preço de sensores e o avanço dos modelos de assinaturas de serviços tornam a IoT cada vez mais acessível, garante o especialista.
Para os empreendedores, o segredo está em começar pequeno e escalar: criar protótipos simples, testar, coletar dados e mostrar resultados é o caminho para transformar ideias em negócios sustentáveis. O Plano Nacional de IoT, criado em 2019, segue como uma das principais bases de incentivo público para quem quer inovar.
Ao conectar dados, pessoas e processos, a IoT prova que o verdadeiro valor da tecnologia está em gerar resultados. Mais do que tendência, é um ecossistema que transforma dados conectados em oportunidades reais, e coloca o Brasil em sintonia com o futuro digital.