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Analice Nicolau
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Histórias não vendem produtos, criam Legados

Colunista Analice Nicolau

13/10/2025 15h10

Franciele Bayer, gerente de Marketing & Comunicação da BRW Suprimentos

Em um mercado saturado de ofertas, a conexão emocional se tornou o ativo mais valioso de uma empresa

Você se lembra da última propaganda que viu hoje? Provavelmente não. Mas e da última boa história que te contaram, daquela que te fez sentir algo? Essas nós guardamos. No mundo dos negócios, onde a atenção é disputada a cada segundo, as histórias se tornaram a nova moeda da diferenciação. O storytelling corporativo autêntico está transformando marcas, criando não apenas clientes, mas verdadeiros fãs.

Afinal, como destaca Franciele Bayer, gerente de Marketing & Comunicação da BRW Suprimentos, um bom storytelling vai muito além de promover um produto. “É aquele que a gente escuta e pensa: ‘isso é sobre mim’”. Essa frase resume a mudança de paradigma: saímos da era da interrupção para entrar na era da conexão. Marcas de sucesso como Nike ou Airbnb não vendem tênis ou hospedagens; elas vendem superação e pertencimento através de narrativas humanas.

Franciele Bayer, gerente de Marketing & Comunicação da BRW Suprimentos

Para construir essa ponte emocional, alguns elementos são vitais. O primeiro é a autenticidade. Ninguém mais tem paciência para marketing forçado. A emoção é o segundo pilar, pois, como sabemos, as pessoas esquecem números, mas lembram de como se sentiram. Para isso, toda grande história precisa de um protagonista, seja o cliente, o fundador ou a comunidade, e de uma tensão, um desafio que torna a jornada relevante e humana. Tudo isso, claro, girando em torno de uma mensagem central que representa a alma da marca.

Essa narrativa, no entanto, não é um monólogo. É um diálogo que precisa se adaptar a quem ouve. “No TikTok, por exemplo, prevalecem formatos visuais, linguagem rápida e leveza. Já no LinkedIn, a narrativa pode ser mais reflexiva, com dados de mercado”, ressalta Franciele. A sensibilidade de entender cada canal é o que torna a comunicação eficaz.

E não pense que isso é privilégio de orçamentos milionários. Pequenas e médias empresas podem e devem usar suas histórias como diferencial competitivo. “História vende. Você não precisa ter o melhor videomaker ou cenário. Seja genuíno no que quer transmitir, você vai achar seu público”, afirma Franciele. Compartilhar a origem da empresa, os desafios superados ou depoimentos reais de clientes cria uma proximidade que dinheiro nenhum compra.

Nesse cenário, até a Inteligência Artificial entra como ferramenta de apoio, mas nunca como protagonista. A IA pode mapear públicos e sugerir formatos, mas, como alerta Franciele, “storytelling bom precisa ter cara, cheiro e sotaque de quem está contando. E isso ainda é humano”. O desafio do futuro será justamente manter essa identidade própria, evitando que todas as marcas soem iguais.

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