Muito se tem falado sobre o caso de agressão doméstica envolvendo Iverson de Souza Araújo, conhecido como DJ Ivis, e sua ex-mulher, Pamella Holanda. Os vídeos, divulgados por Pamella em sua rede social neste domingo (12), foram gravados por câmeras de segurança interna e mostram o DJ agredindo a ex-companheira na frente da filha do casal e de outras duas pessoas, que nada fazem. Uma dessas pessoas é a mãe de Pamella, a outra é Charles que, segundo Ivis, foi trazido da Paraíba para ajudar o artista. A produtora Vybbe, responsável por gerenciar a carreira do DJ, informou que realizou seu desligamento após a divulgação dos vídeos.
Com toda a polêmica, um fato está revoltando muitas pessoas nas redes sociais: por que DJ Ivis, flagrado cometendo agressões, tem ganhado seguidores? Para responder a essa pergunta, conversamos com o psicólogo Francesco Pellegatta para entender o que desperta o interesse do público. Francesco diz que está é uma situação onde as pessoas, comumente, se baseiam na dicotomia, ou seja, no extremo das ideias – ou sim ou não, ou certo ou errado. Além disso, a motivação das pessoas tem sido a curiosidade em saber o que acontece na vida de outras pessoas, a fofoca. ”As pessoas ficam curiosas em descobrir as motivações que levaram esse homem a fazer atos tão desumanos, tão inaceitáveis”, diz o psicólogo.
Claramente em uma gestão de crise, o perfil no Instagram de DJ Ivis teve seus comentários limitados, onde somente aqueles que o artista segue, podem comentar. Mesmo com a gravidade do caso, Ivis tem ganhado seguidores e, segundo Pellegatta, isso se dá porque as pessoas querem saber da informação diretamente de quem está envolvido, independente de concordar ou não com o ocorrido, além de ter acesso rápido a informação. É mais fácil seguir do que entrar o tempo todo no perfil. ”Infelizmente na sociedade moderna, as pessoas estão sendo mais preguiçosas. As pessoas que acessaram o perfil dele, seguem o perfil para que possam ativar as notificações quando ele postar alguma coisa, as postagens dele aparecerão no feed, terão mais acesso ao stories”.
Sobre os perfis falsos criados em situação como essa por pessoas que estão acompanhando o caso, e acreditam que precisam expor sua opinião, Francesco diz: ”muitas pessoas estão em uma situação psicológica muito precária. Estou percebendo nos últimos anos, no geral, que as pessoas estão criando esse prazer no sentir ódio. Prazer em atacar alguém. E também existe essa necessidade de ter uma voz nesse mundo, então ‘minha opinião é importante’ [em relação a frases ditas pelas pessoas]. Além disso, as pessoas querem realmente atenção, então, acreditam estar fazendo a coisa certa. É uma necessidade de uma instabilidade psicológica e desse prazer do ódio. Na cabeça delas, estão contribuindo na informação geral, quando na verdade estão somente repetindo informações”.
