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Analice Nicolau
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Fertilidade na balança: Geração NoMo e a segurança do congelamento de óvulos

Decisão de não ter filhos cresce entre brasileiras, mas a ciência oferece alternativas para mudanças de planos

Analice Nicolau

10/05/2024 9h30

A decisão de não ter filhos tem ganhado espaço entre as mulheres contemporâneas, particularmente aquelas pertencentes à geração chamada “NoMo” (Not Mothers). No Brasil, uma pesquisa realizada pela Bayer, com apoio da TANCO e da Federação Brasileira de Ginecologia, revela que 37% das brasileiras atualmente preferem não se tornar mães, uma escolha que reflete um declínio significativo na taxa de fecundidade do país, que atingiu 1,7 filhos por mulher em 2015, segundo dados do IBGE.

Diante de um cenário onde valores, prioridades e condições socioeconômicas influenciam diretamente essas decisões, muitas mulheres, incluindo celebridades como Oprah Winfrey, Miley Cyrus e Cameron Diaz, optam conscientemente pela não maternidade. Entretanto, a vida é repleta de mudanças, e para aquelas que podem reconsiderar, a medicina reprodutiva oferece soluções como o congelamento de óvulos.

Segundo o Dr. João Guilherme Grassi, especialista em reprodução humana, “o congelamento de óvulos pode ajudar a preservar as chances de gravidez. Não é garantia de que a mulher vai engravidar, mas é uma alternativa viável”. Essa técnica tem ganhado popularidade, com um aumento notável de procedimentos realizados entre 2020 e 2021, evidenciando um crescente interesse por parte das mulheres em buscar a maternidade em uma fase mais estável da vida.

Os óvulos congelados não têm prazo de validade conhecido, e podem ser utilizados para fertilização in vitro quando a mulher decide que é o momento certo. Grassi enfatiza a importância de um planejamento consciente e informado: “É crucial consultar um especialista para avaliar a reserva ovariana e entender os melhores momentos para o procedimento.”

Para aquelas que optaram definitivamente pela não maternidade, métodos contraceptivos e a laqueadura tubária são alternativas. No entanto, Grassi ressalta que até mesmo após a laqueadura, a gravidez é possível através da fertilização in vitro, uma técnica que não depende das trompas de falópio.

Em resumo, enquanto a decisão de não ter filhos pode ser definitiva para algumas, a ciência oferece caminhos para mudar de curso, garantindo que as escolhas femininas sejam tão flexíveis quanto as trajetórias de vida que cada mulher escolhe seguir.

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