Para muitas mulheres, o sonho da maternidade se torna um projeto de vida, repleto de desafios e adaptações. A descoberta do câncer de mama durante a idade fértil, um dos obstáculos menos discutidos, traz à tona a necessidade de redefinir planos e recalibrar trajetórias.
Com o aumento significativo de diagnósticos em mulheres jovens, especialmente aquelas com menos de 40 anos, a relação entre câncer e fertilidade ganha destaque. Um estudo do Instituto do Câncer de São Paulo revelou que 68% das mulheres diagnosticadas estavam em estágio avançado da doença.
Diante desse cenário, o diretor científico do Instituto Sapientiae, Edson Borges Jr., destaca a importância do planejamento desde o início do tratamento. Novas tecnologias, como a preservação de óvulos por meio do congelamento, oferecem alternativas para contornar os efeitos colaterais do tratamento.
A Dra. Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução assistida, enfatiza a necessidade do acompanhamento da fertilidade a partir dos 25 anos. O congelamento antecipado de óvulos surge como uma estratégia para preservar a fertilidade, independentemente do diagnóstico de câncer.
Além do congelamento de óvulos, a oncofertilidade apresenta outras opções, como o congelamento de embriões, tecido ovariano e supressão ovariana. O foco vai além do aspecto físico, considerando também o bem-estar emocional da paciente.
A matéria destaca a cobertura de tratamentos de preservação da fertilidade por planos de saúde, conforme decisão da Terceira Turma do STJ. O custeio da criopreservação durante o tratamento de quimioterapia é obrigatório, protegendo as pacientes pelo Código de Defesa do Consumidor.
Assim, a oncofertilidade emerge como um caminho promissor para mulheres que desejam superar os desafios impostos pelo câncer e realizar o sonho da maternidade, mostrando que a ciência e a medicina estão cada vez mais aliadas na construção de futuros familiares.