Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Evento online marca as atividades da ABRAz-SP para o Mês Mundial da Doença de Alzheimer

A 5ª edição da Jornada Paulista de Alzheimer reúne profissionais da saúde para discutir novos conhecimentos acerca da doença, alertando para a necessidade do diagnóstico precoce

Analice Nicolau

12/09/2022 11h00

A 5ª edição da Jornada Paulista de Alzheimer reúne profissionais da saúde para discutir novos conhecimentos acerca da doença, alertando para a necessidade do diagnóstico precoce

Com o tema “Diagnóstico Precoce – Novas Fronteiras, Novas Possibilidades”, a Associação Brasileira de Alzheimer – Regional São Paulo (ABRAz-SP) se coloca no papel de trazer para o centro da discussão os novos conhecimentos sobre a demência. A 5ª edição da Jornada Paulista de Alzheimer busca levar informação de forma abrangente e gratuita aos profissionais de saúde, familiares e cuidadores de pacientes com demência. “Traremos à baila, todos os aspectos do diagnóstico, mais especificamente do diagnóstico precoce, abordando os conceitos, exames, os desafios do cenário atual”, afirma a presidente da ABRAz-SP e médica geriatra, Celene Queiroz Pinheiro de Oliveira.

A presidente da ABRAz-SP e médica geriatra, Celene Queiroz Pinheiro de Oliveira (Foto: Sacha Ueda)

Em decorrência de um diagnóstico precoce, os progressos de entendimento e lida com a doença ganharam novos contornos. Como o paciente ainda preserva a cognição e entendimento da doença, questionamentos sobre o tratamento tornam-se relevantes. “Nestes casos, o paciente não pode ser tratado como coadjuvante pela família ou justiça. Ele tem autonomia para as decisões sobre o próprio futuro”, diz Celene.

Evento

A jornada online, que acontece no próximo sábado (17), das 8h às 12h, será dividida em duas salas com palestras. A sala interdisciplinar irá abordar os aspectos éticos ao apresentar o diagnóstico ao paciente e a família e ainda a maneira mais apropriada de se planejar o tratamento, considerando questões jurídicas, trabalhistas, financeiras e emocionais. Já a sala exclusiva para médicos trará inovações e conhecimento científico – fruto de estudos e pesquisas para entender como a Doença de Alzheimer se desenvolve.

O médico neurologista e diretor científico da ABRAz-SP, Fábio Henrique de Gobbi Porto

A aula inaugural trará conceitos sobre: como, quando e para que se busca o diagnóstico precoce de Doença de Alzheimer com o médico neurologista norte-americano, Kirk Daffner, chief, Division of Cognitive and Behavioral Neurology Director, Center for Brain/Mind Medicine e Virginia Wimberly Professor of Neurology, Harvard Medical School, autor de livros como “Improving Memory: Understanding Age-related Memory Loss” (Melhorando a Memória: Entendendo a Perda de Memória Relacionada à Idade).

A pergunta: “Cognição ou comportamento? Quais são os sintomas iniciais da doença de Alzheimer” será o tema que o médico neurologista, Fabricio Ferreira de Oliveira, irá debater com os participantes no evento. “As barreiras para o diagnóstico precoce no Brasil”’ será o tema que o médico neurologista, professor titular da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador do Conselho Consultivo da The Alzheimer’s Association International Society to Advance Alzheimer’s Research and Treatment (ISTAART), Paulo Caramelli, irá abordar na terceira palestra do dia.

O vice-presidente da ABRAz-SP, o médico geriatra Jean Pierre de Alencar

Os médicos Artur Coutinho (especialista em medicina nuclear) e Lucas Francisco Botequio Mella (psiquiatra) irão esclarecer sobre a importância dos dados biomarcadores identificáveis em exame de imagem e sangue na investigação diagnóstica. Encerra as atividades da sala dos médicos a palestra “Aspectos psicológicos do diagnóstico precoce”, com a psicóloga e ex-presidente da ABRAz, Fernanda Gouveia, que discutirá os pontos positivos e negativos do diagnóstico precoce como aceitação e o sofrimento psicológico a que paciente e família ficam expostos.

O princípio da Doença de Alzheimer

Os primeiros sinais da Doença de Alzheimer e outras patologias neurodegenerativas podem ser alterações de comportamento ou transtornos de humor. “Conhecendo melhor as marcas registradas (biomarcadores) dessas doenças e a partir delas foram estabelecidos novos critérios diagnósticos”, diz o médico neurologista e diretor científico da ABRAz-SP, Fábio Henrique de Gobbi Porto.

Medicamento

A primeira droga com ação modificadora da doença de Alzheimer, o aducanumabe, foi aprovada em caráter emergencial pelo FDA (agência estadunidense que regulamenta medicamentos e alimentos), sob grande polêmica. No Brasil, a ANVISA barrou a chegada da medicação no início deste ano. “No entanto, outras tantas estão em vias de terem seus estudos divulgados e prontamente serão submetidas a análise dos órgãos competentes”, diz Celene.

Processos

O vice-presidente da ABRAz-SP, o médico geriatra Jean Pierre de Alencar, ressalta que há uma avidez por soluções melhores com relação às demências, pois o último lançamento para o tratamento da doença de Alzheimer ultrapassa 20 anos.

Dados do relatório da Alzheimer’s Disease International (ADI) apontam que o Alzheimer representa a sétima causa de mortalidade globalmente e uma das mais longas e de alto custo. “E o mais preocupante, esses números tendem a ser ainda maiores nos países com baixo desenvolvimento socioeconômico” diz Jean Pierre.

A ADI estima que apenas 25% dos casos de demência são diagnosticados. Em países de baixo desenvolvimento, o número representa menos de 10%, mostrando a importância de se falar sobre assunto e alertar a população, pois dados do mesmo relatório mostram que duas em cada três pessoas ainda acham que o declínio cognitivo seja natural do envelhecimento – isso mesmo entre os profissionais de saúde.

A programação completa pode ser acessada clicando aqui.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado