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Analice Nicolau
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“Eu perdi tudo e achava que o traficante era meu melhor amigo”, diz Evandro Santo

Evandro Santo conta sua história, achava que o traficante era meu amigo. Ele hoje ajuda dependentes químicos.

Analice Nicolau

24/12/2021 8h30

evandro santo ajuda dependentes químicos

Evandro Santo tem como objetivo ajudar outros dependentes químicos. Foto: Reprodução

O humorista mudou completamente de vida durante a pandemia e hoje tenta ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.

A pandemia mudou a vida de muitas pessoas e dificultou muitos setores. O humorista Evandro Santo passou por uma fase extremamente difícil, tendo sofrido até com depressão no início do isolamento social, mas conseguiu dar a volta por cima. Hoje, o ex-Fazenda está conscientizando e ajudando outras pessoas a saírem do mundo das drogas.


O isolamento fez com que a ansiedade de muitas pessoas, inclusive de Evandro, aumentasse. Ele chegou a dividir apartamento com um amigo durante a pandemia, mas disse que a parceria não deu certo. Com isso, o humorista confessou que acabou caindo nas drogas novamente. “Eu usei muita metanfetamina, até o ponto de eu pedir ajuda”.


Para entender que precisava mudar de vida, Evandro precisou perder tudo. “Perdi fisicamente, moralmente, financeiramente, espiritualmente. Eu achava que o traficante era meu melhor amigo, a travesti que me vendia substâncias era minha melhor amiga”. O estopim que o humorista teve foi quando tentou vender um Troféu Imprensa que ganhou. “Eu percebi que estava indo para um caminho sem volta. Com os 3% de dignidade, sobrevivência ou de alegria que eu tinha, consegui pedir ajuda”.


Evandro foi internado por 20 dias em uma clínica especializada e depois retornou e já permanece por 8 meses. “Foi um novo começo, uma nova Páscoa, é um Natal que eu renasço todos os dias”. Hoje, o ator segue estagiando e se preparando para fazer o marketing da clínica, onde ele também já fez algumas palestras e ajuda vários pacientes.


“Já salvei um paciente enforcado, mais 30 segundos ele morreria. Impedi um paciente de ir embora em pleno domingo à noite, mesmo com a família contra ele, consegui acompanhar um paciente surtado só com a condução da voz para a ambulância de remoção, e impedi um paciente de manipular a família em pleno dia de visita para ir embora, tive que ser firme e assertivo, habilidades que eu não sabia que eu tinha”.


Para o futuro, ele pretende fazer cursos sobre saúde mental e lançar outro livro, além de participar da 1ª Marcha de Saúde Mental. “Acho que o principal é meu livro, depois viajar palestrando. Eu não quero uma palestra comum, quero que tenha um pouco de teatro. Vai ser uma experiência”.


O humorista afirma que está feliz de poder ajudar tanta gente e também por, pela 1ª vez em 15 anos, conseguir passar uma virada de ano limpo, sem drogas. “Me sinto em uma missão, antes era fazer as pessoas rirem, continuo, mas agora é tocar, inspirar e salvar vidas, porque a droga, castra o ser humano, não deixando que ele conheça seu potencial puro”.

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