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Analice Nicolau
Analice Nicolau

Dubladores brasileiros unem forças em luta contra a ameaça da IA: entenda o movimento

Movimento liderado pela United Voice Artists busca regulação para proteger dubladores de substituição por inteligência artificial

Analice Nicolau

25/01/2024 11h00

Dubladores brasileiros estão unindo forças em um movimento liderado pela United Voice Artists para exigir a regulação do uso da inteligência artificial (IA) em produções audiovisuais. O temor dos profissionais é que a IA possa substituir dubladores humanos, imitando vozes a partir de padrões identificados na internet. A petição do grupo já ultrapassou 50 mil assinaturas, destacando a preocupação com a perda de empregos e a qualidade das dublagens.

A discussão sobre os limites da IA em produções audiovisuais não é exclusiva do Brasil e foi uma das principais causas de uma histórica greve de atores em Hollywood no ano passado, que durou quase quatro meses. No país, o movimento Dublagem Viva busca estabelecer regras que equilibrem os avanços tecnológicos com a preservação de empregos e a garantia da qualidade da dublagem.

Marcelo Mattoso, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados e especialista em Mercado de Games e eSports, propõe a elaboração de um projeto de lei para regulamentar a discussão. A ideia central não é proibir o uso da IA, mas garantir a qualidade das dublagens, afirma Mattoso. O projeto poderia abordar questões como a proibição da utilização da IA para replicar vozes, seu uso em conformidade com a lei de direitos autorais e a proibição de conteúdos estereotipados ou discriminatórios.

Pesquisas indicam que 80% dos brasileiros preferem a versão em português das produções audiovisuais. No entanto, sem uma lei que regule a utilização da IA, os dubladores correm o risco de serem substituídos. Marcelo Mattoso alerta que, sem regulamentação, os estúdios podem optar por usar a IA nas dublagens, e a imprevisibilidade do mercado é real, já que a IA consegue simular dublagens próximas às originais feitas pelos profissionais.

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