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Analice Nicolau
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Caso de DJ Ivis: ‘A agressão já mostra que ele não tem controle’, comenta neurocientista

O vídeo de DJ Ivis agredindo a companheira caiu na web. O PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu mostra o que acontece na mente de uma pessoa que comete este tipo de crime.

Analice Nicolau

12/07/2021 16h15

O vídeo de DJ Ivis agredindo a companheira caiu na web. O PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu mostra o que acontece na mente de uma pessoa que comete este tipo de crime.

Na noite deste domingo (11), vídeos de DJ Ivis caíram na web mostrando-o agredindo a companheira, Pamella Gomes de Holanda. Ela publicou as imagens em seus stories do Instagram mostrando uma série de vídeos em que aparece sendo atacada com tapas, socos e chutes por eles. Em um deles, ela chega a ser agredida quando está próxima e até segurando a filha de nove meses do casal. Momentos depois, o DJ também compartilhou vídeos com a mulher tentando agredi-lo, além de exibir um boletim de ocorrência feito em março. À polícia, ele afirmou ter discutido com a mulher e que estava “constrangido” e “com medo do comportamento desequilibrado” de Pamella.

“Aquela pessoa que está constantemente perdendo o controle, que comete um erro e demora a perceber, e mesmo assim comete o erro de novo, já é um dos primeiros sinais de que algo não está certo. O fato do DJ Ivis agredir a mulher, já mostra que ele não tem controle”, comentou o PhD.

Mas, o que acontece no cérebro de um homem que toma uma atitude dessas? Segundo o PhD, neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu, as disfunções em regiões específicas do cérebro resultam em atitudes incoerentes. “Não é doença, portanto é cabível de punição e não é desculpa para a ação. Este comportamento agressivo pode ter gatilho genético, com propulsão derivado de traumas na infância, ambientais ou disfunções do sistema límbico devido a fatores emocionais que aumentam a probabilidade com a intensidade da ansiedade”.

Além disso, Fabiano explica que fatores como culturais, educacionais, e relação com a falta de conhecimento sugerem ações emocionais e incoerentes. “Por mais que a pessoa tenha fatores que interferem nessas disfunções, através da plasticidade cerebral é possível balancear e aprimorar a conexão do córtex pré-frontal, região racional do cérebro com o sistema límbico, região do lobo temporal relacionado com o sistema emocional”.

Outro detalhe que precisa ser observado é que “o desequilíbrio entre os estímulos límbicos ascendentes e os mecanismos pré-frontais de controle descendentes resultam em comportamentos impulsivo-agressivos. A informação é modulada por fatores culturais e sociais e pode ser distorcida por déficits de processamento que pode ser influenciada por esquemas negativos secundários ao estresse do desenvolvimento, traumas ou experiências negativas duradouras. Assim como o uso abusivo de álcool e/ou drogas”, acrescenta o neurocientista.

Vale lembrar que alguns tipos de transtornos podem estar envolvidos com neurotransmissores. “Como a serotonina, dopamina, a noradrenalina, entre outros, eles estão envolvidos no equilíbrio entre os impulsos ascendentes e o controle descendente resultantes de estimulação aversiva ou provocativa”. Abreu orienta ainda que “as pessoas que possuem comportamento agressivo com ataques de fúria precisam procurar ajuda profissional para que, com terapia ou até mesmo uso de psicofarmacológicos possam evitar comportamentos que causem danos a si ou a sociedade”, comenta.

Vídeo mostra DJ Ivis agredindo a companheira, Pamella Holanda

Ele ainda completa: “Não podemos dar um parecer sem uma anamnese antes. Mas que há sim uma incoerência, um problema na relação do sistema emocional do cérebro com o racional, sim, há ou não iria chegar a esta situação. E também mostra falta de empatia ao colocar em risco a própria filha. Esses comportamentos podem estar relacionados a diversos transtornos. Como ele é uma pessoa pública, que ficou conhecido por causa de uma música, poderia arriscar em incluir o narcisismo que, quando fora de homeostase, acarreta em perturbações que causam comportamentos similares a esses”, encerra.

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