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Analice Nicolau
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Câncer infantil: entenda a importância do diagnóstico precoce

Estudo aponta que tratamento aumenta sobrevida de crianças e adolescentes diagnosticados com câncer em 80%

Analice Nicolau

25/04/2023 14h00

Falar sobre câncer nunca é fácil, e o assunto fica ainda mais delicado quando se trata de crianças. Porém, o diagnóstico precoce pode ser a esperança para muitos pequenos e suas famílias. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos para o triênio 2023-2025 cerca de oito mil novos casos, para cada ano, de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.

Muitas dessas neoplasias são decorrentes de alterações no DNA, que podem se manifestar até mesmo na fase embrionária. “Ao contrário de muitos cânceres em adultos, em geral o câncer infantil não está relacionado ao estilo de vida e a fatores de risco ambientais. Muitas alterações genéticas que determinam o surgimento do tumor ainda não têm uma explicação óbvia pela ciência, não sendo atribuídas à uma predisposição da criança ou adolescente, mas a um processo biológico aleatório na maioria dos casos”, explica Gabriele Zamperlini Netto, onco-hematologista parceiro da Fujifilm.

De acordo com o estudo Childhood cancer burden: a review of global estimates, publicado pela revista científica inglesa The Lancet, o avanço das terapias oncológicas aumentam em 80% a taxa de sobrevida de cinco anos para crianças e adolescentes diagnosticados com câncer. O diagnóstico e o tratamento assertivos podem aumentar a taxa de sucesso e promover mais qualidade de vida a esses pacientes.

O diagnóstico precoce é essencial para o combate às neoplasias infantis, já que contribui para conter o avanço da doença com seus riscos imediatos, assim como a definição do melhor tratamento. “É muito importante que crianças e adolescentes sejam acompanhados pelo pediatra e por médicos de família. Não existem sinais específicos do câncer infantil e a persistência ou recorrência de sintomas, sem explicação clínica evidente, deve incluir o câncer nos diagnósticos diferenciais. A avaliação clínica detalhada, exames gerais e radiológicos, orientados por especialistas em oncologia e hematologia infantil é essencial no processo de investigação”, completa Gabriele.

Os exames de imagem, como raio-X, ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética, são fundamentais na detecção de tumores sólidos, apontando a localização do câncer e fornecendo descrições detalhadas da extensão da doença.

Tipos de câncer mais comuns na infância e adolescência

Até os 14 anos de idade, as leucemias, os tumores de sistema nervoso central e os linfomas são as neoplasias que mais acometem crianças e adolescentes. Destacam-se os tumores chamados de embrionários, como o neuroblastoma, tumor de Wilms, hepatoblastoma e retinoblastoma na população mais jovem, principalmente nos primeiros anos de vida. Importante destacar os sarcomas e os tumores ósseos como outro grupo de doenças bastante relevante. Dos 15 aos 19 anos, o Linfoma de Hodgkin, tumores de tireóide e tumores gonadais se tornam mais prevalentes.

Atualmente em torno de 15% das neoplasias pediátricas são relacionadas a alguma predisposição genética do paciente. Um exemplo são as crianças com Síndrome de Down que tem até 10 vezes mais chances de desenvolver leucemia. Durante os primeiros três anos de vida, a leucemia mielóide aguda é a forma mais comum. Depois dessa idade, os casos de leucemia linfoblástica.

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