Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Agilidade nos transplantes: como a lista de espera por novos corações está se transformando

Conheça as mudanças que estão tornando o processo mais rápido e eficiente

Analice Nicolau

29/08/2023 11h00

Desde o início deste ano, o Brasil tem testemunhado uma reviravolta impressionante no cenário de transplantes de coração. Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde revelaram que o tempo de espera para o tão necessário transplante de coração foi drasticamente reduzido para uma parcela significativa dos pacientes na lista de espera.

Segundo os números divulgados, 72 pacientes, o equivalente a 27,5% do total de pessoas transplantadas, tiveram a incrível sorte de receber um novo coração em menos de 30 dias após entrar na lista de espera. Além disso, mais 65 pacientes (29%) viram seu tempo de espera variar de 30 a 90 dias. Isso significa que um impressionante percentual de 52,3% dos pacientes na lista de espera teve a oportunidade de receber a doação de coração em um período de até três meses.

Daniela Salomão, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes, ressalta a importância da agilidade nesse processo. Ela explica que o sistema brasileiro está comprometido em garantir que as pessoas que entram na lista de espera, muitas vezes em condições de urgência, tenham acesso ao procedimento no menor tempo possível. Os critérios de elegibilidade, incluindo compatibilidade de grupo sanguíneo, peso, altura e gravidade da condição, são meticulosamente considerados para determinar a prioridade na lista.

A coordenadora do SNT enfatiza que certos casos, como pacientes com transplantes anteriores malsucedidos ou aqueles usando circulação extracorpórea, recebem o mais alto nível de prioridade. Outros critérios técnicos também entram em jogo, como o uso de drogas vasoativas para fortalecer o coração e o período de uso dessas drogas.

A mágica por trás dessa eficiência reside em um sistema informatizado que calcula e combina todos os critérios. Desde o paciente receptor até os dados do doador, algoritmos trabalham para gerar uma lista precisa e atualizada de pacientes aptos a receberem um novo coração.

O Sistema Nacional de Transplantes desempenha um papel crucial na regulamentação, controle e monitoramento de todo o processo de doação e transplante no Brasil. Sua função de órgão central, operado pelo Ministério da Saúde, visa aprimorar o processo de captação, doação e distribuição de órgãos, tecidos e células-tronco hematopoéticas para fins terapêuticos. O sistema é unificado e se aplica tanto a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto àqueles da rede privada, garantindo equidade e transparência.

Com o aumento de 16% no número de transplantes de coração realizados no primeiro semestre de 2023 em comparação com o ano anterior, o Brasil continua a se destacar como líder no cenário global de transplantes de órgãos. A estrutura gerenciada pelo Ministério da Saúde assegura que a grande maioria das cirurgias seja realizada na rede pública, proporcionando assistência completa e gratuita aos pacientes por meio do SUS.

Entretanto, é importante ressaltar que a doação de órgãos só é possível com a autorização da família. Mesmo com o sistema eficiente de transplantes, a conscientização sobre a importância da doação continua a ser essencial para salvar vidas e promover a solidariedade entre os brasileiros.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado