A vitória de Lando Norris no GP do México traduziu uma verdadeira aula de pilotagem. Largando da pole position, ele liderou todas as voltas para vencer com mais de 30 segundos de vantagem sobre o segundo colocado, Charles Leclerc, e com isso assumiu a liderança do Mundial de Pilotos, passando para trás o companheiro de equipe, Oscar Piastri, que liderava a classificação desde 20 de abril.
A 20ª etapa da temporada não foi, contudo, o primeiro triunfo do britânico sobre o australiano.
Na verdade, Piastri foi derrotado por Norris nas últimas cinco corridas. Após o GP do México, o ex-líder afirmou que não sabia identificar o motivo do declínio repentino de desempenho em relação a Lando.
“É difícil saber, pois tudo vinha parecendo normal, mas a diferença tem sido grande”, disse ele. “Sinto que em algumas coisas posso melhorar e fazer algum progresso fácil, mas não em tudo”, completou.
Na classificação para a corrida, Piastri foi quase seis décimos de segundo mais lento que Lando e largou seis posições atrás do parceiro, que conquistou a pole e venceu a prova, enquanto o australiano ficou fora do pódio.
O chefe da McLaren, Andrea Stella, admitiu que o resultado foi “definitivamente incomum”. “Nossos dois pilotos sempre estiveram separados por alguns milissegundos na classificação e por alguns centímetros na corrida”, disse ele ao canal oficial de Fórmula 1. “Então, é incomum ver essa distância acontecer”, analisou.
Correndo por fora da dupla papaya, Max Verstappen ganhou terreno na disputa pelo título, e por isso o desempenho de Norris no GP do México foi um grande alívio para a McLaren, já que as chances do piloto da Red Bull estão menos seguras agora. Verstappen estava 104 pontos atrás de Piastri no final de agosto, mas avançou ferozmente e com o terceiro lugar no México diminuiu a diferença para 36 pontos do atual líder, o que significa que o jogo não acabou para o holandês.
Com a próxima parada em São Paulo no final de semana, o CEO da McLaren, Zak Brown, foi taxativo ao ser questionado sobre os objetivos para esta e as outras três rodadas finais. “Vencer todas as corridas”, resumiu, com Stella concordando: “Exatamente, e isso nos daria a primeira e a segunda posições no Campeonato de Pilotos, que é o que queremos”, completou.
“Lando demonstrou um desempenho sólido ao longo do fim de semana no circuito Hermanos Rodriguez. Então, é bom que ele tenha conseguido capitalizar esse desempenho e também é importante que nós, como equipe, possamos confirmar que podemos ter o melhor carro depois de algumas corridas nas quais hesitamos e não maximizamos o desempenho”, ressaltou.
A dupla da McLaren chega ao Brasil separada por apenas um ponto (357 x 356), e a troca de liderança aumentou ainda mais a rivalidade entre os pilotos.
Isso significa que o duelo promete ser um dos pontos altos da corrida em Interlagos.
De um lado, Norris começa a sonhar de forma mais palpável com o título. De outro, colado na liderança, Piastri continua sendo a ameaça constante. E Verstappen, por sua vez, chega para o GP de São Paulo querendo mais é que a rivalidade desestabilize a dupla para aproveitar a situação e continuar avançando.
Com quatro rodadas restantes e 116 pontos em disputa, a pressão é enorme para os três principais postulantes ao título. Consequentemente, cada erro será extremamente custoso.
Com formato sprint na etapa em São Paulo, 33 pontos estarão em jogo, o que reforça a expectativa de um fim de semana emocionante.
Piastri adianta que está pronto para vencer as dificuldades e garante: “Não perdi a confiança!”.
Dando de ombros, Lando também manda o seu recado: “o foco não muda agora; vou continuar me esforçando para alcançar resultados como o último e dar o meu melhor a cada fim de semana”.
Considerando que o gerenciamento dos pneus vem sendo o grande ‘X’ da questão a cada corrida, vale destacar que a etapa na capital paulista contará com nova escolha de compostos. Os pneus C5 (os mais macios) não serão utilizados. A escolha da Pirelli ficou com os compostos C2, C3 e C4, a mesma da corrida de 2023. No ano passado, foram C3, C4 e C5. A opção do C2, portanto, dará às equipes a chance de um ‘stint’ mais longo e portanto a estratégia também será fundamental.