Deixar Thiago Silva de fora da lista dos convocados para os Jogos Olímpicos foi, sem dúvida alguma, a forma encontrada pela CBF para não entrar em confronto com o Paris Saint-Germain. Com Marquinhos já convocado na cota sub-23, o clube francês já havia deixado claro que não estava disposto a liberar mais um zagueiro – como o Barcelona fez com Neymar, deixando-o de fora da Copa América. E a CBF… Bem, melhor não questionar as atitudes da entidade neste momento. Nem ela sabe para que lado vai… Algumas situações, porém, chamam a atenção. Como a convocação de Fernando Prass. Curioso… Ele não servia para a seleção principal, mas ocupa uma das vagas dos jogadores com mais de 23 anos. Faltam bons goleiros jovens ou os outros preferidos da principal, até então, estão caminhando para ficarem de lado? As declarações do treinador Rogério Micale sobre Neymar também preocupam. Continuamos, agora com garotos, com a Neymardependência. Isso é ruim. Principalmente porque entraremos em campo, de novo, com a “obrigação de ganhar” – lembram aquela história de que o ouro olímpico “é o único troféu que falta ao futebol brasileiro”? Pois é… Dizer que Neymar irá conduzir os mais jovens é querer muito do jogador do Barcelona (ou será que até a Olimpíada ele já será do PSG e, por isso, temos mais uma razão para evitar o confronto?). E para continuar a falar de Prass e Neymar… De acordo com o próprio treinador, a função de líder de Prass foi fundamental para sua convocação. Só que a liderança do goleiro palmeirense é bem “diferente” daquela que pode ser exercida por Neymar. Quem vai ganhar esta queda de braço? Vale comentar, também, os prejuízos de Palmeiras, Atlético Mineiro e Santos (principalmente). O Brasileiro, como se vê, vai sofrer de novo.
No telão
Começam hoje as quartas-de-final da Eurocopa. Polônia e Portugal jogam, em Marselha, de olho não apenas nas semifinais, mas na esperança/possibilidade de chegarem à final (quem passar enfrentará o vencedor de País de Gales x Bélgica, que acontecerá amanhã). Uma esperança/possibilidade bastante palpável e, sem exageros, mais forte do que se estivessem do outro lado da chave, com campeões mundiais pela frente – exceção à Islândia, claro. E a grande motivação da partida, ou, melhor, a grande expectativa do jogo desta tarde é sobre a participação de Cristiano Ronaldo. O CR7, que briga há anos com Lionel Messi pela coroa de melhor do mundo, andava meio caído na Euro. Melhorou, muito, nos dois últimos jogos e, agora, com Messi afirmando que deixará a seleção argentina, há muita gente afirmando que CR7 vai passar, mais do que nunca, o tempo todo olhando o telão do estádio e querendo provar que ele, sim, é o cara – e uma conquista com Portugal seria tudo o que ele poderia desejar neste momento. Favorito? Não, não há. As duas seleções têm pontos fracos (muitos) e vivem de alguns lampejos de seus craques. Coletivamente a Polônia parece mais “azeitada”, mas isso não quer dizer que Portugal não tenha chances (é bom lembrar que a seleção lusitana classificou-se às quartas com três empates, passando como uma das melhores terceiras colocadas da primeira fase). Tudo vai depender do moço vaidoso e de sua tentativa de mostrar que é, sim, mais do que o argentino que deixou o estádio em Nova Jersey, domingo, chorando.
Pela ponta
O Palmeiras parece aquela família que, quando não tem problema com o vizinho, arruma uma discussão dentro de casa. Líder do Brasileiro antes de a 11ª rodada começar, o Verdão teve sua semana agitada com a polêmica entre Cuca e Barrios. Parece que tudo se resolveu. Parece. Hoje, o time paulista enfrentará o Figueirense com dupla responsabilidade: manter a ponta da classificação e mostrar que, sim, ficou tudo em paz entre treinador e atacante. O time catarinense, que não tem nada com os problemas da famiglia palmeirense, vai tentar aprontar. Como também vai tentar aprontar o Botafogo, contra o Atlético Mineiro, no Mineirão. A boa vitória sobre o Internacional não foi suficiente para tirar o alvinegro carioca do Z-4. E a luta, neste momento, para a equipe de Ricardo Gomes é apenas esta. Luta semelhante a do Santa Cruz, que já foi primeiro colocado do Brasileiro e hoje ocupa um bastante incômodo 18º lugar. Se derrotar a Ponte Preta, para começar, passa a frente do rival – e pode iniciar uma reação, não pensando em voltar ao primeiro lugar, mas pelo menos deixando para trás o desagradável fantasma do rebaixamento.