Um conceito do Jornalismo ganhou força nos últimos anos nos negócios como ferramenta estratégica organizacional, especialmente no varejo: o hiperlocalismo, focado e geolocalizado.
O hiperlocalismo pode ser entendido como a tendência do jornalismo em explorar temas e discussões de interesse local organizado por regiões, cidades ou bairros [1].
Dessa forma, hiperlocalismo são ações de produção de notícias, relato de fatos e acontecimentos locais de interesse mais próximo dos leitores, muitas vezes conteúdos produzidos pelos próprios moradores e cidadãos do território em foco.
No setor de alimentação, significa realizar a produção de alimentos o mais próximo possível do consumidor, geograficamente perto dos produtores e consumidores. Nos artigos ‘Inovadores, Empreendedores e o valor para o consumidor – I’ e ‘Inovadores, Empreendedores e o valor para o consumidor – II’ abordamos um pouco esse aspecto.
No setor imobiliário, hiperlocalismo consiste em ações que tornam o morador local o centro da autoridade de um determinado território, o maior especialista e autoridade daquela localização.
No mundo corporativo, hiperlocalismo compreende ações de negócios e (ou) desenvolvimento de produtos e serviços de forma extremamente localizada e excessivamente focada, o que muitos chamam de ultra nichada; de nicho, um determinado recorte de um segmento de mercado.
Outra característica do hiperlocalismo é nichar o produto/serviço pela localização geográfica do cliente ao invés do perfil, característica, aspecto ou atributo do consumidor.
A internet e o hiperlocalismo
A princípio, parece um contrassenso o conceito de desenvolver ações de venda de produtos e serviços de forma extremamente focada e excessivamente localizada, em um mundo onde impera o objetivo de se atingir o máximo possível de pessoas, como por exemplo com a utilização da internet e das redes sociais.
Em um universo organizacional onde os recursos são aplicados para se alcançar o maior número possível de clientes, pensar em ações tão específicas para um grupo pequeno de clientes parece ser incoerência e contradição.
Contudo, a visão de tratar os clientes diferentes de forma diferente e os iguais de maneira igual nos negócios se aplica ao hiperlocalismo, tendo em vista o foco nos nichos, o olhar nichado.
A tecnologia atual já nos permite determinar o perfil, característica, aspecto ou atributo de um cliente de forma individualizada e geolocalizada, agregando seus comportamentos e hábitos no tempo – temporal.
Comumente utilizado por pequenas empresas, o hiperlocalismo ganha atualmente espaço nas grandes organizações, sendo fomentada pela evolução tecnológica e as estratégias de máxima aproximação com os clientes.
Dessa forma, os instrumentos e ferramentas tecnológicos atuais possibilitam a identificação praticamente individualizada de clientes e consumidores, ou de um grupo específico deles, geolocalizados.
Hiperlocalismo no Varejo
Considerando hiperlocalismo a exploração de um nicho de mercado muito específico, podemos considerar a possiblidade de abordarmos clientes e consumidores de forma extremamente focada e excessivamente localizada.
O hiperlocalismo tem como objetivos:
– criar contatos geograficamente e relacionamento de negócios o mais próximo possível do perfil, característica, aspecto ou atributo dos clientes e consumidores;
– operar o “marketing um a um” com abordagens personalizadas geograficamente;
– interagir com informações o mais próximo possível da realidade local e necessidades dos clientes e consumidores;
– abordar especificamente o nicho-alvo, cliente-alvo ou consumidor-alvo;
– potencializar a assertividade negocial junto ao nicho-alvo, cliente-alvo ou consumidor-alvo.
Faz-se necessário elaborarmos planos de comunicação, propaganda, publicidade, promoção, marketing e vendas nichados, personalizados, individualizados e particularizados, como também, a um grupo bastante específico de clientes e consumidores, geograficamente.
As ferramentas de propaganda, publicidade e divulgação das redes sociais permitem atualmente um foco bastante preciso geograficamente de seus usuários – os clientes das organizações, o que permite nichar os segmentos.
Normalmente, o hiperlocalismo é utilizado para ações específicas, transitórias e particulares de comunicação, propaganda, publicidade, promoção, marketing e vendas. Contudo, quando o custo-benefício for positivo, pode-se permitir ser mais permanente essa estratégia.
O hiperlocalismo não exclui o marketing de massa, o marketing global e o marketing tradicional, ele é mais uma opção estratégica de abordagem aos clientes e consumidores, focado principalmente na localização geográfica desses.
———————————————————————————————————————–
[1] ROCHA, Liana Vidigal. Mobilidade, convergência e hiperlocalismo no
webjornalismo brasileiro. Teste, v. 20, n. 2, p. 43-65, 2015.
? 46 —————————————————————————————————————
Prof. Manfrim, L. R.
Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado), Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização), Compulsivo em Administração (Bacharel). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Intraempreendedor maker.
Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Marketing, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação, Empreendedorismo e Futurismo.
Coautor de Livro na área de Educação Empreendedora e membro da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis.
Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL). Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.
Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias, hackathons e avaliação de pitchs: [email protected].
___________________________________________________________________________________________________