Com 113 homicídios registrados entre janeiro e fevereiro deste ano – média de dois por dia –, o Distrito Federal terá, a partir das 14h de hoje, o reforço de 748 policiais militares nas ruas. A Operação Kratos, cujo nome é uma referência a um deus grego que personifica força e poder, vai até quarta-feira e ocorrerá durante a tarde e a madrugada. O objetivo, explicou o comandante-geral da PMDF, coronel Florisvaldo César, “é resgatar a sensação de segurança entre os cidadãos.”
Os policiais, integrantes do curso de formação da PMDF, terão a ajuda de 47 militares que já atuavam nas ruas. Eles serão os tutores e trabalharão orientando os novatos. Depois, os novos militares devem ser definitivamente integrados à corporação a partir da segunda quinzena de abril. Todas as cidades do DF terão o reforço, que conta com 50 viaturas.
Durante o anúncio da operação, o governador Rodrigo Rollemberg comemorou o reforço aos outros 986 policiais que trabalhavam em áreas administrativas e foram transferidos para o serviço operacional. “Agora, são 1.734 policiais a mais nas ruas desde 1º de janeiro”, ressaltou.
Para o governador, o reforço representa um primeiro passo rumo ao combate à violência. “Os índices, apesar de terem diminuído, continuam altos, mas tenho convicção que nós vamos melhorar o policiamento”. Por isso, destacou, “a presença do efetivo nas ruas melhora a sensação de segurança e reduz os índices de criminalidade.”
Compromisso
Na avaliação de especialistas em segurança pública, a ação de aumentar o efetivo nas ruas do DF deve, sim, fortalecer a ideia de que os cidadãos não estão reféns da violência. Porém, para que o reforço tenha eficácia, é preciso que os agentes estejam comprometidos em proteger.
“Os países que conseguiram diminuir as estatísticas de violência, como o Canadá, aumentaram seus efetivos nas ruas. E mostraram que isso inibe o delito. No entanto, é necessário mais do que estar nas ruas”, indica a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Tânia Montoro.