O ditado indica: onde há fumaça, há fogo. Para os moradores do Park Way, as constantes queimadas na região resultam em uma série de transtornos. Segundo eles, o problema é crônico e atinge a saúde da população durante todo o ano, principalmente as crianças.
A queimada mais recente foi registrada ontem à tarde nas quadras 15, 16 e 17. O Corpo de Bombeiros disponibilizou seis viaturas, cinco por volta das 16h e uma às 18h. Entretanto, segundo os próprios moradores, o fogo começou no fim da tarde do sábado e destruiu um terreno equivalente a 12 campos de futebol.
Queima de lixo
Além do período de estiagem, os proprietários asseguram que a falta de uma campanha que oriente os chacareiros quanto aos riscos de atear fogo nos terrenos para limpar a área é decisiva para o aumento das queimadas, assim como o despreparo no combate ao fogo.
“Se não houver uma conscientização de todos e os bombeiros não combaterem o chamado incêndio subterrâneo, o problema nunca terá solução. Estou há anos sofrendo com isso e essa semana, inclusive, minha neta de três anos foi parar no hospital com asma”, desabafa a esteticista Maristella Tokarski, 60.
Os problemas não param por aí. A tradutora Margarete Ziccardi, 60 anos, vizinha da Maristella, afirmou que em uma das ocorrências teve que custear a gasolina da bomba dos bombeiros, equipamento capaz de controlar o fogo. Mas, segundo ela, esse transtorno é mínimo se comparado aos vividos pela família.
“Minha filha teve que sair de casa para morar na Asa Norte com uma amiga, pois não aguentava viver com essa fumaça. Já o meu filho dorme todas as noites com um pano úmido no rosto. É uma ameaça à nossa qualidade de vida e às casas”, conta.
Incômodos como tosse, garganta irritada e ardência nos olhos também afetam a auxiliar de serviços gerais Luiza Duarte, 35, e o filho Felipe, 5. “Além de não conseguir dormir por causa da fumaça, hoje (ontem) estamos sem energia, pois o fogo destruiu tudo”, lamenta.