Mas essa justificativa não foi bem aceita pelo advogado criminalista, Wagner Bernardino da Silva. Segundo ele, “é fácil para a Caixa Econômica Federal entrar em contato com o ganhador, já que ele fez o jogo pela internet, principalmente com toda essa incerteza da pandemia, não sabemos se a pessoa está viva ou não”, comentou.
A bolada teve dois ganhadores, um deles em Aracaju (SE), que já sacou o prêmio. A segunda aposta foi feita por meio eletrônico, em São Paulo. Os seis números sorteados em dezembro foram: 22 – 35- 17- 41 – 20- 42.
“O perfil desse ganhador é de uma pessoa inteligente, que entende de tecnologia. Ele não iria fazer isso sem entender como funciona. Além disso, a Caixa tem os dados dele cadastrados, se quando estamos devendo eles fazem de tudo para cobrar, por qual motivo eles não podem avisar a pessoa que ganhou? É isso que entendo, como advogado”, comentou.
O Procon-SP informou que, nesta semana, notificou a Caixa, pedindo que seja feita a identificação do ganhador da Mega da Virada e faça o pagamento do prêmio.
“Na minha opinião, é errado a Caixa querer ficar com o dinheiro, pois esse prêmio é do apostador, da pessoa que jogou”, comentou Wagner.
Mas essa não foi a primeira vez que o prêmio ficou encalhado. De acordo com dados da Caixa, apenas em 2020 outros R$ 311,9 milhões em prêmios foram esquecidos pelos ganhadores. Em cinco anos, os sorteios da Mega Sena, Lotofácil, Quina, Lotomania, Timemania, Dupla Sena, Loteca, Lotogol e Federal acumularam R$ 1,62 bilhão esquecidos.