O Dia Mundial do Diabetes chama atenção para as complicações da doença, como a predisposição a desenvolver problemas bucais. O paciente diabético deve ser acompanhado periodicamente por um dentista para evitar quadros mais graves.
“A alta concentração de açúcar no sangue facilita a colonização de bactérias devido a diminuição da função neutrofílica (defesa do organismo). Esse cenário, associado à redução do fluxo salivar, comum nesses pacientes, pode ocasionar inflamação na gengiva e aumento no número de cáries. O mau controle do diabetes aumenta em até 3 vezes o risco de evolução da periodontite, inflamação crônica nos tecidos, ligamentos e ossos que rodeiam os dentes. Caso não seja tratada, pode prejudicar gravemente essas estruturas e levar à perda dos dentes”, explica a estomatologista e docente do curso de Odontologia do Uniceplac, Claudia Baiseredo.
De acordo com a profissional, as doenças influenciam uma à outra. “O diabetes influencia na instalação e progressão da periodontite, ocasionada pela dificuldade de cicatrização. O agravamento da doença bucal, por sua vez, altera o metabolismo da glicose, dificultando assim o controle glicêmico”, explica.
A estomatologista alerta que a prevenção é sempre a melhor opção para pacientes sistemicamente comprometidos. “É indicado o acompanhamento odontológico a cada 6 meses, que deve ser feito em conjunto com o médico e o nutricionista. O paciente deve comunicar ao dentista sua condição sistêmica, pois possui particularidades e necessita de protocolo individualizado. Dessa forma, a qualidade e segurança no atendimento são garantidas, como, por exemplo, consultas curtas, pela manhã, com aferição de glicemia periférica, assim como outros cuidados no atendimento”, finaliza Claudia.