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Brasil

PF ataca desvios em compras de R$ 50 mi para combate ao coronavírus em Roraima

Entre os alvos da operação está o deputado estadual Jefferson Alves. A PF faz buscas em seu gabinete da Assembleia Legislativa de Roraima.

Redação Jornal de Brasília

13/08/2020 8h35

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta, 13, a Operação Vírion para desarticular uma quadrilha que teria se formado durante a pandemia com o objetivo de fraudar licitações de produtos e serviços para o combate ao novo coronavírus em Roraima. Segundo a corporação, as contratações suspeitas de irregularidades envolveriam R$ 50 milhões utilizados na aquisição de insumos médico-hospitalares básicos, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.

Entre os alvos da operação está o deputado estadual Jefferson Alves. A PF faz buscas em seu gabinete da Assembleia Legislativa de Roraima.

Mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprem 36 mandados de Busca e Apreensão no Distrito Federal e em oito Estados: Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

“O inquérito policial aponta que um ex-secretário de saúde de Roraima, enquanto no cargo, teria se articulado com um deputado estadual e direcionado contratações para empresas integrantes do esquema, inclusive promovendo o rateio de percentuais de quanto seria direcionado a quais empresas”, afirmou a PF em nota.

Segundo a corporação, o parlamentar solicitaria a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando pagamentos antecipados destinados às empresas do esquema. Um ex-deputado estadual também atuaria na organização, diz a Polícia Federal.

As investigações sugerem que a organização criminosa se aproveitaria da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes. “Verificou-se que os procedimentos não seguiam ordem cronológica, de forma que processos mais antigos seriam preteridos em favor dos de interesse do grupo, bem como teriam o trâmite concentrado em único setor da Secretaria de Saúde, sem qualquer transparência ou publicações”.

A Controladoria-Geral da União identificou diversos indícios da prática de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e nos pagamentos. Além disso, também foi verificada, pela CGU, uma falta de transparência na execução dos recursos federais destinados à Roraima, o que dificulta a própria fiscalização dos gastos.

Segundo a PF, o nome da operação faz referência ao ‘estágio’ do vírus ‘quando ele se encontra em sua forma infectiva’.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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