Nesta quarta-feira (8), às 10h, representantes de vários estados do movimento dos entregadores por aplicativo vão se reunir, por videoconferência, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
A ideia é que estes representantes apresentem reivindicações por melhores condições de trabalho e direitos sociais da categoria. Em razão da pandemia do novo coronavírus, em que os serviços de entrega via aplicativos se tornaram um serviço essencial, esses trabalhadores passaram a ter mais trabalho, tiveram redução de renda e estão mais expostos à contaminação.
Na reunião deverão ser expostas as condições do cotidiano destes entregadores, que são submetidos a jornadas extras, sem garantia de direitos sociais, como proteção para acidentes de trabalho e equipamentos de proteção individual.
Entre as principais reivindicações estão:
- a fixação de tabela de preço do frete de entregas;
- o aumento da taxa mínima das entregas;
- o fim dos bloqueios e desligamentos de forma injusta e sem justificativas;
- uma legislação específica para a categoria;
- o auxílio-pandemia, com fornecimento dos EPIs;
- licença remunerada caso o entregador seja afastado em decorrência do coronavírus.
A iniciativa da reunião foi da bancada do PSOL na Câmara: “A reunião com Rodrigo Maia é importante para que a categoria possa apresentar as demandas do movimento e alertar sobre a necessidade de garantir direitos trabalhistas. A pandemia tem escancarado a precarização a que esses trabalhadores estão submetidos”, explica a líder partido, Fernanda Melchionna (RS).
Em abril de 2019, foram registrados 5,5 milhões de trabalhadores de aplicativo. Um número que não para de crescer com o aumento do desemprego no país. Atualmente, as empresas de aplicativo fazem parte dos maiores empregadores do país e os entregadores representam 23% do trabalho autônomo no Brasil.
Na última semana, no dia 1 de julho, os entregadores, de moto e bicicleta, realizaram a primeira paralisação nacional da categoria. O movimento contou com a participação de usuários, restaurantes, lideranças políticas e ativistas e teve repercussão na imprensa nacional, mas as empresas de aplicativos não responderam a nenhuma reivindicação dos trabalhadores. Uma nova mobilização está marcada para o dia 25 de julho.