Lauro Rocha
Coluna Na Garagem
É curioso que meu post de estreia aqui no Jornal de Brasília seja sobre um personagem que não tinha qualquer afinidade com automobilismo nem apego a automóveis. Ricardo Boechat, morto tragicamente num acidente de helicóptero na segunda-feira (11), era um apaixonado proprietário de um modesto Renault Twingo, ano 2001.
Esse, na verdade, já era o segundo exemplar que o levava diariamente ao trabalho e demais compromissos. O primeiro, também 2001, havia sucumbido aos anos de pouca manutenção e em 2015 acabou virando obra de arte pelas mãos do artista plástico, Alê Jordão.
Um ano depois, cansado do custo de manutenção e consumo de combustível de uma Land Rover Freelander, Boechat deu-se de presente, no Dia das Crianças, o bem conservado Twingo azul da foto abaixo.
“Custou mais barato do que a última manutenção da Freelander”, disse à época.
O fato é que quem acompanhava Boechat no rádio sabia que o carrinho era um personagem muito semelhante a seu dono. Muitas vezes, ao começar o programa com um pouco de atraso, Boechat relatava algum problema mecânico que o deixara pelo meio do caminho.
“O Twingo virou assim uma figura meio parecida comigo, ou seja, amassado na lataria, tem que receber óleo com mais frequência e não recebe”, resumiu certa vez o agora saudoso colega.
Seguiremos ao longo das próximas colunas falando sobre automobilismo – especialmente Fórmula 1 – e também sobre o mercado de automóveis, que reaqueceu após dois anos de vendas tímidas e poucos lançamentos.
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Até a próxima!