Menu
Brasília

Blocos alternativos reclamam da distribuição de verba para o carnaval do DF em 2018

Arquivo Geral

19/01/2018 21h18

Kléber Lima

Larissa Galli
[email protected]

A menos de uma mês para o Carnaval, os Blocos Alternativos do Distrito Federal lutam contra um impasse. Eles estão sem norte para sair na avenida e reclamam da forma de distribuição dos cachês exposta no edital de chamamento público para artistas, da Secretaria de Cultura (Secult). Mas os blocos não ficaram parados e propuseram alteração no documento. “São valores enormes que vão atender poucos”, reclama Dayse de Hansa, articuladora do coletivo de Blocos Alternativos.

Para ela, precisa haver o aumento na destinação dos recursos financeiros. “Carnaval não é só apenas a estrutura. Sem o artista e os blocos de rua, mesmo que seja amador, não é carnaval. Para nós, essa é uma questão sensível porque temos muitos blocos antigos e novos, que a programação se reinventa. Por isso, o investimento do Estado deve acompanhar, junto com o aumento das estruturas, o aumentos das manifestações artísticas remuneradas”, explica.

Leia também:
Organizadores do Babydoll acusam GDF de dificultar obtenção de patrocínio; Secretaria rebate

O edital, publicado em 4 de janeiro, destina cerca de 10% do investimento total do governo, de R$ 5 milhões, para o pagamento dos cachês. Ou seja, são R$ 525 mil para atender 40 atrações dos 136 blocos cadastrados no Carnaval deste ano. De acordo com informações da Secult, os artistas e grupos selecionados pelo edital vão receber cachês que variam de R$ 5 mil a R$ 30 mil. “Mesmo se fizessem uma divisão igual para todos os blocos cadastrados, não atenderia todo mundo porque tem blocos que são grandes, como o Galinho e o Suvaco da Asa, por exemplo, que têm uma programação artística muito extensa”, pontua Dayse.

Longa história

Depois de algumas tentativas e manifestações para marcar um encontro com a Secult e acertar os detalhes das festas de Carnaval de 2018, o coletivo dos blocos alternativos finalmente conseguiu uma reunião. Foi quando os organizadores descobriram que já havia uma minuta de edital pronta. “Soubemos que a secretaria já a tinha, que foi construída em conjunto com a sociedade civil. Isso para nós foi uma grande surpresa”, lamenta Dayse.

A partir disso, o coletivo reivindicou a possibilidade de propor alterações no edital junto à Secult, mas a pasta já afirmou que não vai acatar as mudanças. Dayse garante que a proposta que eles tentaram enviar é “progressista e entende os blocos de rua como agentes culturais”, além da sugestão de redistribuição dos cachês que “estavam muito altos para a realidade do mercado local”. Segundo ela, a proposta “atende muitos grupos, sem falar que o edital da Secult privilegia um tipo de atração antiga, então acaba não atendendo à pluralidade de blocos”.

Versão oficial

“Entendemos que o Carnaval é um espaço democrático, de caráter diverso, autônomo, coletivo e exige a participação da sociedade e dos artistas/blocos que trabalham durante meses para garantir uma extensa programação cultural para nossa cidade”, diz a carta divulgada nas redes sociais. A alegação da Secretaria é que a proposta modifica o objeto do edital, de modo que, se acatadas, “acarretariam na publicação de novo edital e não contemplaria o período do Carnaval”, informou em nota.

“Portanto, sob o risco de não haver tempo hábil, a Secretaria de Cultura optou pela manutenção do edital nos termos em que foi publicado”, completa a nota.

Os interessados em participar da seleção podem se inscrever no edital de chamamento público até a próxima quarta-feira, dia 24 de janeiro.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado