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Brasília

Gracinha sem graça

Arquivo Geral

26/07/2016 7h46

Atualizada 25/07/2016 17h47

Ao enviar a coluna de segunda-feira cheguei a fazer menção, aos colegas da redação, que seria “uma primeira versão”, já preparando-os para possível alteração. Eram vários temas borbulhando e, pensei, talvez fosse necessário e útil mudar alguma coisa. Não o fiz. Os resultados do Brasileiro não mereciam tal esforço e, o grande tema do dia (a lamentável situação em que foi entregue a Vila Olímpica), seria digno de coisa maior do que apenas uma alteração de coluna. Principalmente quando o prefeito da cidade que receberá os Jogos – e já está recebendo os atletas – resolve encarar “com bom humor” (as aspas são devidas ao fato de o colunista discordar radicalmente da expressão neste caso, mas utilizá-la com ironia) os problemas e fala em colocar “um canguru” para agradar os australianos. Recebeu, de pronto, a resposta de que a necessidade não era de marsupiais, mas sim de bombeiros, encanadores e eletricistas. Poderia dormir sem essa e nós, brasileiros, sem pagar mais este mico.

Guerra fria

A WADA (agência antidoping) se disse surpresa e desapontada com a decisão do Comitê Olímpico Internacional de não excluir, por completo, a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio. De acordo com a entidade, o fato de o COI permitir a presença dos russos de outros esportes que não o atletismo não ajuda em nada o combate ao doping sistemático. Pode ser. Mas… Como privar atletas “limpos” de participarem da maior festa do esporte mundial pelos erros dos outros? Seria justo tirar, sei lá, a menina da ginástica rítmica, que há anos sofre em treinamentos, por conta dos erros do corredor de meia distância? Seria correto impedir a realização do sonho de um jogador do polo aquático por causa do doping de alguém da luta olímpica? Sinceramente, a decisão do COI pode ser política, mas é uma política, aparentemente, correta. Como correta, também, é posição da WADA em pedir rigor e punições firmes contra os atletas que tentam burlar as regras. Acredito que, no Rio, teremos os Jogos mais limpos dos últimos tempos, afinal de contas, muita gente deve estar assustada neste momento e pensando seriamente nos danos que podem acontecer em caso de erro.

Gatos e ratos

Outro dia, precisando falar com uma amiga, parecia que brincávamos de gato e rato: quando eu ligava, ela não podia atender; quando ela ligava, era eu quem estava ocupado. Conseguimos contato, via terceira pessoa, depois de muitas tentativas. É mais ou menos assim que vejo o Brasileiro da Série A, neste momento: temos muita gente com chance de abrir vantagem, mas sempre aparece alguém para dar “uma derrubada”. Sendo assim, entre o primeiro e o sexto colocado (talvez sete, dependendo do resultado do Flamengo ontem à noite contra o América Mineiro), temos apenas seis pontos de diferença. Distância que pode terminar em duas rodadas, embolando ainda mais o já confuso torneio – e este equilíbrio se dá também na parte de baixo da classificação, onde, tirando o Coelho (que pode ter reduzido a diferença), temos escassos seis pontos separando o penúltimo colocado (Cruzeiro) de Internacional e Fluminense, respectivamente 11º e 12º.

Da turma de cima, Palmeiras e Corinthians vacilaram no fim de semana. “Gatos” bem cuidados, tratados a leite vindo da Holanda, não conseguiram, nem com o apoio vigoroso de seus torcedores, passar por Atlético Mineiro e Figueirense. A derrota palmeirense trouxe o Galo para perto do G-4; o empate do Figueira não conseguiu retirá-lo do incômodo Z-4. Mas a rodada valeu, muito, para Grêmio e Santos, que venceram adversários difíceis e encostaram nos dois primeiros colocados. Encostaram tanto que o Santos, dependendo da combinação de resultados, pode pular de quarto colocado para líder já na próxima rodada – não pensem que é muito difícil, não. A mesma explicação, claro, se aplica ao tricolor gaúcho. É ou não é uma animada brincadeira de gato e rato?

E as drásticas mudanças na classificação também podem acontecer na rabeira da tabela. As alterações já começaram, como sempre, com treinadores: o Cruzeiro cansou do português Paulo Bento e o mandou embora; corre atrás agora de Mano Menezes, que está dando sopa no mercado, para o lugar. O Cruzeiro, hoje vice-lanterna, pode não só deixar o Z-4 no domingo, quando enfrentará o Santos na Vila Belmiro (impedindo, assim, a ascensão do Peixe), como pode afundar-se de vez no atoleiro do rebaixamento. A mesma lógica vale para Figueirense e Botafogo, os times que completam, hoje, o perigoso grupo dos pretensos rebaixados.

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