Cheio de graça, Luis Miranda desembarca na cidade para apresentar a peça 7 Conto no Teatro Nacional (ao lado da Rodoviária do Plano Piloto). Recheado de personagens cativantes, o baiano traz ao palco uma série de esquetes que prometem causar crises de risos na plateia.
A montagem existe há oito anos e, desta vez, volta com novidades: figurinos modificados e contexto reiterado. “O espetáculo se renova. Cada vez que estou no palco ele se reinventa. Ele trata de personalidades que estavam no meu repertório de vida, de pessoas que conheci e estão até mesmo na minha família”, explica.
Luis estrelou nos tablados, nas telas de cinema e na TV. “Minha carreira foi sequenciada. De uma coisa passei para outra. Isto é muito legal, me sinto tranquilo. Mas o teatro é a minha casa”, admite o artista.
Popular
A emblemática personagem Dona Edith é uma das mais populares. Ela é uma mãe de família que fala de política, economia doméstica, culinária e ensina como educar os filhos na favela. “Ela é uma das figuras de maior sucesso. Edith faz o contraponto da mulher que tem que manter a casa. Ela tem uma grande identificação com o público e sempre parece ser alguém muito próximo”, conta.
Inspiração
Já Queixada foi inspirado em um homem que Luis conheceu em Salvador. “Ele vivia chapado, mas hoje não bebe tanto como antes. Ele tinha a ideia de que era artista, sempre alucinado. O transformei em um personagem que existe no Brasil inteiro, o flanelinha. Ele é um cara que tem carisma. Ele é brasileiro”, afirma.
Outro personagem que se destaca é Dona Arminda, uma aposentada que tem dificuldades em lidar com a tecnologia adotada pelo banco no qual ela recebe sua pensão. “Me inspirei em minha vó, e uni a uma história que vi certa vez de uma senhora no caixa do banco. Este quadro mostra como a tecnologia não chegou igual para todos. Há muitos brasileiros que foram deixados para trás neste quesito e tentam se adaptar. Mostra a irritação de uma mulher com o abuso que o idoso sofre e também a falta de paciência dos mais novos”, comenta.
No cinema
Atualmente Luis está lançando o filme Aos Ventos Que Virão, com direção de Hermano Penna. Ele interpreta Nêgo de Rosa, um cangaceiro que sofre perseguição. O longa-metragem é ambientado em Sergipe no final dos anos 40. Com o fim do cangaço e a morte de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, inicia-se uma caça aos cangaceiros remanescentes, que ficaram sem líder e sem direção. “Faço um personagem mais sério, inspirado em uma história real”, antecipa o ator.
SERVIÇO
7 Conto
Com Luis Miranda. – Sexta e Sábado, às 21h. No domingo, às 20h.
Na Sala Martins Penna do Teatro Nacional Claudio Santoro (ao lado da Rodoviária do Plano Piloto).
Ingressos a R$ 40. Valor referente à meia-entrada.
Informações: 3325-6239 e 8402-6000.
Não recomendado para menores de 14 anos.