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Teatro: Loucuras de Van Gogh

Arquivo Geral

24/02/2012 7h10

Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br

Famoso quadro do pintor holandês Vicent Van Gogh, A Casa Amarela faz menção à entidade criada pelo pintor, no fim do século 19, com o intuito de servir de espaço para o surgimento de novos artistas e a troca de experiência entre eles. Este sonho fracassado é retratado pelo ator cearense Gero Camilo  no espetáculo homônimo, que chega hoje à cidade, em única apresentação no Teatro Oi Brasília (Setor de Hotéis e Turismo Norte). 

 

“Sou um grande admirador da obra dele, não só das pinturas, mas das cartas que ele escreveu para o irmão Théo. Elas têm um valor tanto biográfico quanto literário”, diz o ator, responsável pelo texto da peça. “É uma grande referência artística.”

 

Segundo Camilo, a ideia inicial era fazer uma montagem apenas sobre as correspondências enviadas ao irmão do artista holandês, disponíveis no livro Cartas a Théo, que o ator leu na adolescência. “Mas eu queria mais, queria fazer algo sobre ele, resgatar não só o Van Gogh clássico, mas o subversivo”, conta.

 

 A partir dessa intenção, Gero viajou até a Holanda, visitou o museu do artista, foi até a cidade natal dele, Zundert,   e finalizou a pesquisa que deu origem ao espetáculo. “Já havia ido outras duas vezes a Amsterdã, mas nesta terceira aluguei uma casa e me dediquei exclusivamente ao projeto. Escrevi, voltei ao Brasil, ensaiei e fui para o palco”, recorda. A estreia foi no Teatro Eva Herz de São Paulo, no início do ano passado.

 

Em cena, ele faz reflexão sobre o sonho do pintor impressionista de fundar uma comunidade de artistas na cidade de Arles, no sul da França. “O objetivo era criar um local onde todos pudessem pintar, trocar ideias e informações, compartilhar técnicas e onde tivessem um teto e alimentação, necessidades básicas para os artistas criarem e que faltavam a eles”, observa Gero Camilo. Para ele, Van Gogh queria promover uma revolução no pensamento artístico.

 

Paul Gauguin

 

O projeto foi concretizado em 1888, porém muito abaixo das expectativas do holandês, com a participação de um único companheiro de trabalho, o pintor francês Paul Gauguin. “Eles viveram juntos por dois meses de muita intensidade, no campo da criação e da comunhão de gênios. Brigaram feio, por conta de uma paixão que nunca foi esclarecida. Van Gogh corta a orelha e envia para uma prostituta que se chama Raquel”, adianta o ator. Camilo conta que não se sabe se havia um triângulo amoroso ali. Como isso nunca foi esclarecido, o espetáculo também não soluciona a questão.

 

No palco, dirigido por Márcia Abujamra, Gero é o único ator em cena e dá vida aos dois artistas que viveram na Casa Amarela: “Fazer os dois foi como encarar o encontro entre essas duas paixões artísticas.”

 

A Casa Amarela – Hoje, às 21h, no Teatro Oi Brasília (Complexo Golden Tulip Brasília Alvorada, Setor de Hotéis e Turismo Norte, vizinho ao Palácio da Alvorada). Ingressos: R$ 60 (inteira). Informações:  3424-7121.
Não recomendado para menores de 12 anos.

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