Nesta quarta-feira, a atração principal do O’Rilley Irish Pub é um conhecido mestre do rock brasileiro. Criador do grupo Camisa de Vênus e parceiro de Raulzito, como carinhosamente apelidou a Raul Seixas, Marcelo Nova está na estrada há mais de 30 anos e para esta apresentação promete “uma espécie de entrega passional”. “Eu ainda vibro, gosto e amo a música, então se o som estiver bom, o show não tem hora para acabar”, garante o roqueiro old school.
Ex-vocalista e guitarrista da banda ointentista, Nova não sente a menor falta do grupo: “Não tenho saudade de nada. Saudade é pra quem não tem presente e para mim, vivê-lo é essencial. O passado é apenas uma referência e o futuro uma surpresa.”
Para seu último álbum (O Galope do Tempo) ser lançado, o baiano levou 13 anos compondo e selecionando as 16 canções autobiográficas que fazem parte do trabalho. “Por ser um disco autobiográfico, basicamente todas as canções são sobre a passagem do tempo. Por isso ele demorou, porque eu precisava deixar o tempo passar, percebe?”, observa Marcelo. “Vivi plenamente; esses anos não foram planejados. Fui coletando, tem música que fiz no início dos anos 90. Quando cheguei na 16ª, que é a última do CD, a Canção da Morte, já havia passado 13 anos”, lembra o cantor.
Sobre o que há de novo ou o que está “bombando” nas rádios, Marcelo não dá muita bola. “Se for passageiro não me interessa. E essas bandinhas aí dessa galera colorida, isso não é nada. Molecada de 12, 14 anos não quer ouvir gente velha como eu, quer ouvir alguém da mesma idade, isso é normal, eles estão apenas começando a descobrir o universo musical”, analisa.
Segundo ele, o lamentável é que eles são muito “bobinhos”. “Mas não adianta ficar brigando com a criançada. Seria legal se eles tivessem veneno no sangue, chegassem e dessem um chute no saco do Faustão para quebrar esse bom-mocismo chato”, brinca o cantor.
Sem deixar fora nomes para exemplificar sua opinião, Marcelo dá um tapa na cara dos fãs de uma conhecida banda americana do universo indie. “Essas bandinhas que se dizem rock, como aquela The Killers. Aquilo é uma banda de porcaria, 80% das bandas brasileiras são melhores que eles. O que eles têm é produção; recebem em euro. O lance é que eles cantam em inglês, daí dá um charme. Porque a gente tem a mania de vangloriar tudo que é falado em inglês”, alfineta.